Guarani e a pressão por aprimoramento acelerado. E de atitude por parte do Conselho de Administração e dos responsáveis pelo futebol

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Existem dois caminhos para analisar e pensar o futebol: o inicial é em cima da realidade. Dói. Mas é redentor. O outro é refletir em cima de fantasias, conjecturas e previsões que no final mostram-se infundadas.

No dia 24 de março, o presidente do Guarani, Ricardo Moisés, disse o seguinte em entrevista coletiva: “O Guarani vai estar sempre monitorando atletas. Esse é o nosso objetivo, buscar sempre atletas em destaque, ter um banco de dados muito grande e que nos deixa confortáveis para agir sempre que necessário. Mas não estamos no mercado, estamos satisfeitos com o elenco que temos e vamos continuar no Campeonato Paulista com o atual elenco”, disse.

Passados 17 dias, acredito que o mandatário bugrino deveria reformular o conceito. Quem viu o jogo contra o Corinthians observou as oportunidades criadas e a ausência de um clássico camisa 9.

Seria diferente com Rafael Costa desde o começo? Não se sabe. Mas talvez Bruno Sávio seria poupado de tantas críticas.

Se a bola não entra e o especialista está em falta no elenco de quem é a culpa? Do treinador? Em parte. Poderia fazer diferente? Concordo. Mas se foi contratado, os dirigentes deveriam conhecer suas características de jogo.

Deposite boa parte do percentual no Conselho de Administração. São os sete integrantes que avalizam o orçamento e o trabalho de Michel Alves. Logo, faltou atenção dos dirigentes neste detalhe na composição do elenco.

Ah, importante: o Guarani pode até vencer o São Paulo sem um centroavante de ofício. Só que circunstancias como a do jogo contra o Corinthians vão ressurgir. E com esse elenco fica difícil pensar em final feliz.

Não para nisso. Se o presente gera apreensão, o futuro pior ainda. Ao observar o jogo da Copa do Brasil em que o Coritiba venceu o Operário por 3 a 2 e o triunfo do Cruzeiro sobre o Atlético Mineiro por 1 a 0 não é delírio dizer o seguinte: a evolução bugrina no gramado está atrasada.

Precisa melhorar.

Urgente.

Até para equipes que pretendem lutar apenas e tão somente pela manutenção, como é o caso do Alviverde na Série B, o rendimento atual é insuficiente.

Arrebentar com tudo? Iniciar o trabalho do zero? Demitir o treinador? Nada disso. Considero  salutar uma aceleração do trabalho de campo e a busca da excelência. Dialogar com Allan Aal para verificar o que é possível aprimorar.

Se a insatisfação reina no Paulistão, imagine como ficará a torcida se ficar em tal patamar for mantido na Série B? Mãos à obra. Antes que seja tarde.

(Elias Aredes Junior-Foto de Thomaz Marostegan- Guarani F.C)