Uma reflexão sobre a chegada de Renatinho, a participação de Fábio Moreno e quando o papel do treinador vai além do gramado

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No começo de 2011, Renatinho era um jovem em busca de espaço no mundo da bola e foi anunciado como reforço da Ponte Preta para a temporada. Lembro que entrei em contato com um executivo de futebol e que transmitiu o diagnóstico: um jogador talentoso, mas que precisa se sentir valorizado e incluído. Sem isso, nada feito.

Com Gilson Kleina no comando, o atleta encontrou o aconchego. E rendeu. Muito. Foi um dos protagonistas do acesso á divisão de elite nacional.

O tempo passou. Renatinho andou pelo mundo e foi anunciado como contratação para a temporada de 2021.

Na reportagem minuciosa de Heitor Esmeriz no Globoesporte.com ficou evidenciado um dos fatores decisivos: a palavra empenhada de Fábio Moreno de conceder espaço e protagonismo ao jogador. Dali para acertar o contrato foi um pulo.

Coincidência ou não, Gilson Kleina e Fábio Moreno são discípulos de Abel Braga. Podemos nutrir reservas ao estilo de trabalho e as resoluções de Abelão, mas é inegável que seu trato humano ou entendimento sobre o espirito do jogador profissional são insuperáveis.

Percebe-se o lado humano e a empatia como primordiais para Renatinho voltar a vestir a camisa da Ponte Preta. E que essa intermediação foi feita por Fábio Moreno. E se a diretoria da Macaca fizesse a vontade de muitos e demitisse o treinador? Quem faria este papel fundamental para convencer Renatinho?

Lembre-se que a Macaca teve nos últimos anos treinadores com aspectos ditatoriais, distantes de uma construção de diálogo. Ou seja, talvez Renatinho ficasse apenas em treinamento e depois procuraria outro lugar.

Lição: antes de pensar fritar qualquer treinador, pense que ele é um profissional que vai muito além de escalar time ou construir um padrão de jogo. Fábio Moreno comprovou tal tese na prática.

(Elias Aredes Junior)