Jamais devemos esquecer de quem é gigante. Gente capaz de mudar a história de um bairro, cidade e um país.
Quando somos obrigados a encarar o triste fato do brasileiro ler apenas 2,5 livros por ano e dizer com orgulho muitas vezes que é ignorante ou que sequer sabe ler um bilhete, como deixar de enaltecer os heróis anônimos? Um deles é José Reinaldo Pontes, que completa nesta quarta-feira 74 anos e que abraçou a profissão de livreiro. E tem paixão por livros de futebol.
O torcedor de Ponte Preta e Guarani não conhecem o “Reinaldo” ou “Seu Pontes”. Que lástima.
Que erro crasso.
Saibam que, se o futebol campineiro ainda tem uma réstia de memória e de história deve agradecer ao destemor e força de Reinaldo Pontes. Que utiliza sua livraria para financiar livros e mais livros sobre história de clubes das mais diversas partes do país e abre um andar inteiro de sua livraria para comercializar livros de futebol.
Para quem deseja trilhar a aventura do conhecimento e da sabedoria adquirir uma obra publicada pela editora Pontes ou vendida na livraria é escolha certa. Bater um papo com Reinaldo, de maneira descompromissada, é fazer uma viagem no futebol brasileiro. Relembrar conquistas, personagens e clubes. Tudo isso de graça. Adquirir um livro em seu estabelecimento é o mínimo que se pode fazer quando temos uma aula não só de futebol, mas de vida.
Devo boa parte da minha formação futebolística formal a Reinaldo e a sua irmã Eva. Sempre prestativos, eles indicam obras, sugerem abordagens diferentes e antes da pandemia aparecer em nossas vidas abriam as portas da livraria para saraus e eventos culturais. E inclui o futebol neste pacote.
Pena vivermos um tempo que abre palco para bordões, palavras batidas, ideias vazias e que avaliza a violência, a estupidez, a falta de cultura no futebol.
O trabalho de Reinaldo Pontes é um brado, um grito de alerta contra esta epidemia da ignorância que tomou conta não só do futebol campineiro, mas de todo o Brasil. Que Deus conceda muitos anos de vida a Reinaldo Pontes. E que Campinas lhe dê o merecido e gigante reconhecimento. Já passou da hora.
(Elias Aredes Junior)