Sandra Maria Costa*
Eu sou do tempo que era inimaginável um jogo da Macaca com menos de 5 mil pessoas. Ou um jogo envolvendo um dos “grandes” registrar menos de 10, 15 mil pagantes. Tempos passados. A naturalidade com que tratam a decadência do futebol da Ponte Preta é tão espantosa quanto desanimadora.
Dos anos 2005 para cá perdemos mercado para outros clubes que sequer imaginaríamos que chegariam lá. Por um tempo resistimos ao cenário decadente (só Deus sabe como) mas a atual força política só fez com que nos tornássemos uma mera distorção de um clube que já foi guerreiro. O clube das multidões, charmoso, tradicional e com a mais linda estória dos clubes do país. O poder absoluto nos derrubou.
A Ponte Preta foi engolida por administrações coniventes com este cenário. Administrada por pessoas incompetentes e frouxos para enfrentarem e reverterem a situação, apequenando o clube e caindo com um dos maiores orçamentos que já tivemos. Nos tiraram de qualquer patamar de sucesso.
As últimas gestões, cuja mentalidade é igual ao cérebro de uma Anemona, jogou a última pá de cal na nossa estagnação. Nos deixaram pequenos. Desperdiçaram todas as oportunidades de nos recolocar em destaque, de nos colocar no mapa dos grandes e favoritos, um lugar que nos pertence e sempre nos pertencerá.
É uma gestão tão sem noção de futebol que conseguiu humilhar a nossa história. Vemos jogadores preferindo jogar no “quinto dos infernos” a atuar na Ponte Preta. Nosso estádio foi abandonado e nos deixou com uma média de público com pouco mais de 2 mil “guerreiros.
Quanta irresponsabilidade! Há muito para ser reconquistado, sobretudo, o AUTO RESPEITO. A postura dentro e fora de campo. Há muito tempo a diretoria é fraca e tem uma conduta passiva, acovardada, sem capacidade para deixar algum legado positivo. As dívidas só crescem e são 20 anos sem conseguir evitar o vexame. Homens sem coragem de viabilizar o que nos é sagrado, a PONTE PRETA.
Aos que ainda acham que temos um “Salvador”, reflita: você aceitou o nosso encolhimento, você aceitou esse futebol “meia boca”. Já passou o momento de você dar o primeiro passo. Que tal começar a semana exigindo, no mínimo , respeito com a instituição? Exija respeito MORAL, TÉCNICO E FINANCEIRO.
É o que devemos fazer. É o que temos que conseguir. É para o que torcemos. Que assim seja!
(*Sandra Maria Costa é securitária e conselheira da Ponte Preta)