VAR desembarca na Série B e valoriza uma competição com potencial financeiro imenso

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A CBF anunciou na quinta-feira a implementação do árbitro de vídeo a partir do segundo turno da Série B do Campeonato Brasileiro. Sem medo de errar: é a segunda vez que a competição é valorizada de modo correto pela entidade máxima do futebol. A primeira foi quando implantou o sistema de pontos corridos em 2006.

Para quem teve lucro de R$ 48 milhões em 2020 não será uma despesa gigante. Se levarmos um custo mínimo por partida de R$ 25 mil, ao final das 19 rodadas do returno o custo do VAR ficará em R$ 4.750.000. Ou seja, em 2022, o VAR teria um custo mínimo de R$ 9.500.000.

Não me espanto com o valor. Por um motivo: qual a dimensão para um clube ocupar  uma vaga na divisão de elite? Tanto Ponte Preta e Guarani possuem contrato com o Turner para transmissão de partidas na divisão de elite. Ao juntar com possíveis acertos com o Grupo Globo para o Pay per view e TV aberta, o valor pode chegar ao patamar de R$ 50 milhões. É muito dinheiro envolvido.

O mínimo que se espera é lisura, correção e isenção quanto aos trios de arbitragem. Que, se a vaga for perdida, que seja no campo, sem falha humana gritante.

A medida (correta!) gera um efeito colateral indigesto: quem ficar fora da zona de classificação após 38 rodadas poderá dizer –com razão – que em determinadas partidas do turno inicial o prejuízo foi coletado em virtude da ausência do VAR. E não há como reparar este saldo negativo.

É, antes tarde do que nunca. Mas com o perigo dos feridos reclamarem no futuro. Fatos só registrados no futebol brasileiro.

(Elias Aredes Junior-foto de Fernando Torres-CBF)