Análise eleições Ponte Preta: após o fechamento das urnas, é preciso pensar em mudanças nas regras do jogo

0
1.136 views

Não é incomum verificar nas redes sociais as reclamações dirigidas aos integrantes das chapas concorrentes na eleição da Ponte Preta sobre a ausência de nomes que serão designados aos cargos executivos, com  12 postos.

O MRP não atende ao clamor e o DNA Pontepretano o máximo que faz é dizer que Eduardo Lacerda vai encabeçar a direção. Outros nomes? Nada. Ou pouco esclarecimento. Quem vai cuidar do futebol? E da parte financeira? Nenhum dos lados fala. E o estatuto concede tal prerrogativa.

Pois eu digo que, se estivesse integrado a uma chapa ou outra eu teria a mesma postura e atitude. E porque? O estatuto permite.

Bom recordar que na eleição do dia 20 de novembro, os pontepretanos associados não vão as urnas escolher o novo presidente e a chapa que terá a primazia de indicar a nova direção em reunião do Conselho Deliberativo que será realizada após o pleito.

Se por um lado o sistema privilegia o teor coletivo por outro permite que não se faça qualquer compromisso com o eleitor.

Exemplo claro: na última eleição, realizada no final de 2017, todos contavam que Vanderlei Pereira seria conduzido a um novo mandato. Só que chegou a reunião para escolher o presidente e ele declinou da função e alegou motivos particulares.

Detalhe: o estatuto lhe facultava este direito. e ele exerceu. Resultado: uma composição foi feita às pressas e José Armando Abdalla Junior foi escolhido o novo mandatário pontepretano.

Seja quem for eleito no dia 20 de novembro, o risco está presente dos dois lados. Ninguém tem obrigação de dizer que será presidente ou diretor de futebol. E você, torcedor, não pode criticar o esconde esconde eleitoral. Se está lei e existe o respaldo legal não há o que fazer.

Ou tesoureiro. Isso é apenas discurso e factoide criado para alimentar o noticiário da imprensa.

Existe saída? Simples: que o estatuto da Ponte Preta seja modificado e que ao apresentar os seus componentes, a chapa seja obrigada a divulgar os componentes de sua futura executiva. O pacto com o clube ser estabelecido desde o processo eleitoral. Sem disfarces.

Agora, você deve perguntar: por que não mudaram? Porque não era algo que interessava aos donos do poder. Seja qual for o vencedor, que a próxima gestão coloque este assunto em pauta. A democracia agradece.
(Elias Aredes Junior-foto Divulgação Ponte Preta)