A missão do Guarani para 2017: reconquistar o favoritismo perdido pelo furação dos fatos surpreendentes

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O Guarani tem calendário para 2017. Primeiro a busca pelo acesso na Série A-2. Depois, a luta para ficar na Série B do Campeonato Brasileiro. Em condições normais, o mês de dezembro seria um período para fazer ajustes ou contratar uma nova espinha dorsal sem sustos, tudo avalizado pela boa campanha na Série C do Brasileiro. O trabalho seria acompanhado de lupa pelos oponentes, preocupados pelo ressurgimento do Alviverde.

Como ignorar o sinal de vitalidade dado pelo vice-campeonato e a campanha bem construída na fase eliminatória? Grandes times são construídos pela continuidade. É assim na Europa. Assim também é no Brasil. Londrina e Brasil de Pelotas sequer passaram susto na ultima segundona. Por que? É um trabalho com o pé no chão conduzido há anos e anos.

Como um filme rocambolesco e cheio de reviravoltas, o Guarani insiste em desafiar a lógica. Dias depois de terminar sua participação na terceirona, explode as desavenças entre Roberto Graziano e Horley Senna. Na Justiça, a Procuradoria da Fazenda pede uma reavaliação do processo de venda do Brinco de Ouro ao empresário. Claudio Corrente desmente que auxiliará na montagem da equipe e para economizar recursos, o presidente bugrino rescinde o contrato de quase todos os jogadores. Deixa à disposição do mercado.

Notícia boa? Lampejos de continuidade com a nomeação de Marcus Vinícius Beck Lima e a contratação de Ney da Matta, que demonstrou sólidos conceitos.

O desafio é imenso. Gigante. Existe a necessidade de contratar uma equipe praticamente do zero, formatar um novo time titular, nova maneira de jogar e ainda somar pontos necessários em 19 rodadas para disputar o acesso, algo que parecia líquido e certo.

Por que tantas demandas? Simples: o Guarani se por um lado ganhou o acesso e imediatamente economizou dinheiro viu em contrapartida o palco da vida lhe tirar o favoritismo de novas conquistas e a credibilidade construída com tanto suor por Marcelo Chamusca, jogadores e todos aqueles que auxiliavam a comissão técnica.

Está tudo perdido? Nada disso. Os recursos são escassos, as perspectivas apertadas, mas a possibilidade de ressurgimento e competitividade é ampla e total. É impossível fugir da constatação: Marcus Vinicius, Giuliano Bittencourt e Ney da Matta terão que construir e produzir muito com pouco. Terão que inflar uma esperança desinchada após tantos fatos inesperados. Transpiração, inspiração, superação e coletividade em alta dose.

Futebol é uma caixinha de supresas. Mas o Guarani vai além. É um livro em que alguns personagens são capazes de bondades inesperadas ou maldades inconscientes. E os mocinhos tentam sobreviver e agradar a plateia, no caso a torcida.

Se a nova equipe de trabalho conseguir inverter o rumo deste furacão, a chance de fazer história é concreta e real.

(análise feita por Elias Aredes Junior)