Eleições na Ponte Preta: sobram insultos. Falta democracia. Leia e entenda

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O processo eleitoral da Ponte Preta é uma demonstração de como a democracia brasileira está destruída. Ou como as pessoas confundem liberdade de expressão com libertinagem para insultar.

Ou ausência de interlocução de prestar contas com o eleitorado de 785. E neste requisito as duas chapas estão erradas e equivocadas.

Como uma eleição que definirá o destino de uma entidade centenária não tem a previsão de um debate entre as chapas? Aliás, pausa para um adendo: o estatuto precisa mudar. Urgente.

Com todo o respeito, o Brasil não tem tradição parlamentarista. Somos personalistas. O regime tem que ser presidencialista. Seja em Brasília, sindicato ou em um clube de futebol. Deveria existir a obrigatoriedade das chapas apresentarem o seu candidato a presidente. Ponto.

Mas o pior é toda essa confusão, toda essa divergência não está sendo resolvida em arenas civilizadas ou em programas de rádio e televisão para que os torcedores possam ver os grupos envolvidos na discussão de ideias.

Em uma mistura de grosseria, falta de educação, cultura e incapacidade de formulação de conceitos, as duas chapas (as duas!) tem componentes focados muito mais em xingar e insultar os adversários do que em propor ideias. É bom que se diga: algo que foge ao controle da coordenação das chapas e que por mais que tentem não conseguem evitar as lambanças de seus signatários.

Reflexo dos tempos vividos na política nacional, em que signatários da esquerda são perseguidos e por vezes ameaçados de sofrerem agressões físicas. Em que ser direita é ser truculento e violento seja na forma verbal ou física. Aviso: não é assim.

Um período em que Presidente da República, Governadores e Prefeitos transformam o Twitter, Instagram e Facebook em local para atacar e constranger adversários. Isso é política? Não, não é.

Existe um equivoco construído nos últimos anos. De que democracia é apenas e tão somente a voto na urna.

Dou uma dica: melhorem.

Democracia é discussão civilizada, é ausência da truculência nas relações e ser respeitoso com quem pensa diferente de você. Não existem pessoas com alcunhas ou apelidos pejorativos. Não é válido utilizar as redes sociais para perseguir, constranger ou atacar adversários. Isso não é estratégia para ganhar. É o caminho lamacento preparado para deixar ainda mais tóxico de um clube já consumido pelo ódio e ressentimento.

Sobram insultos e falta democracia na Ponte Preta. E parece que muitos componentes das duas chapas não querem baixar a guarda. Vão para tudo ou nada. E que se exploda a instituição. Uma pena.

(Artigo escrito por Elias Aredes Junior)