Chegou a hora da verdade para Daniel Paulista no Guarani?

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Daniel Paulista já está na história do Guarani. Queiram ou não os seus criticos e detratores. Prestes a completar um ano de trabalho, também pode se igualar em termos de longevidade a lendas como Oswaldo Alvarez, o Vadão. Daniel Paulista é sério, trabalhador, estudioso.

Defeitos? Quem não tem? No ano passado e neste ano já comprovou que as pequenas pedras atrapalham sua trajetória. Foi capaz de fazer jogos memoravéis contra Cruzeiro no Mineirão – placar de 3 a 3 – e uma vitória épica contra o Vasco da Gama, mas também é protagonista ao lado dos jogadores de derrotas inexplicáveis para um rebaixado Confiança e falhar em uma partida decisiva contra o Goiás. Viu o acesso escapar por entre os dedos.

No Paulistão deste ano, o Guarani sob o seu comando venceu o São Paulo no Brinco de Ouro, empatou com futebol de boa qualidade diante do Santos, perdeu com dignidade para o Palmeiras e protagonizou um embate com o Corinthians que só foi decidido nos penaltis após um empate por 1 a 1 em plena Neo Quimica Arena. Cara ou Coroa. O médico e o monstro. A bela e a Fera. Roque Santeiro e Sinhozinho Malta. O conflito, a dualidade fazem parte do trabalho de Daniel Paulista.

E tudo isso será colocado a prova nesta semana. Nesta terça-feira, precisa armar um time para pontuar contra o Náutico, no Recife. Caso contrário, o Guarani vai terminar a rodada na zona do rebaixamento.

Empate ou vitória lhe tiram parte do peso para o desafio seguinte. Agora, imagine amargar um novo revés e ainda ter que vencer o principal rival no domingo, dia das Mães? Definitivamente, a vida de treinador não é fácil.

E dessa vez, Daniel Paulista terá que superar uma série de obstáculos. Após o jogo contra o Náutico, a delegação bugrina no dia seguinte parte de volta para Campinas. A deducação é que, na prática, Daniel Paulista terá apenas a sexta-feira para se preparar para o clássico. E mais: uma equipe com claras debilidades físicas terá que virar não só para se recuperar, mas encarar um oponente que estará de “tanque cheio”, após passar uma semana em treinamento e sem jogos para acumular desgastes. Convenhamos: a CBF errou nesta confecção de tabela. Deveria existir isonomia para as duas equipes. Mas isto deveria ser uma prioridade dos dirigentes e não de Daniel Paulista, mais uma vitima de um calendário e sem sentido do futebol brasileiro.

Serão 180 minutos. Se somar seis pontos, certamente Daniel Paulista ganha sobrevida e oxigênio para implantar um trabalho que já encara dificuldades geradas por um elenco limitado, cuja montagem é de responsabilidade do Superintendente Executivo de Futebol, Michel Alves. Se terminar a semana com quatro pontos, mesmo que esse empate seja conquistado no derbi, a continuidade do trabalho será assegurada. Uma derrota pode até ser engolida, desde que não seja no dérbi. Mas com um ou dois pontos na bagagem, o próprio Daniel Paulista sabe que o pedido por mudanças será incessante. É preciso estancar esse processo. E só o gramado pode salvá-lo. Boa sorte Daniel. Vai precisar. Muito.