A notícia passa desapercebida. Deveria ser celebrada. Com ênfase. Está no site oficial da Ponte Preta o relato de que o preparador de goleiros André Dias faz intercâmbio com os profissionais da Roma e que o preparador físico Luis Fernando Goulart detecta dados e métodos de trabalhos do Bayern de Munique. É uma troca de experiência e que trará dividendos positivos em médio e longo prazo.
A própria Macaca degustou tal cenário. Em dezembro de 2014, logo após obter o acesso à divisão de elite, Guto Ferreira passou 10 dias com o espanhol Julen Lopetegui, na ocasião comandante do Porto para trocar experiências e verificar novos métodos de trabalho.
Coincidência ou não, a Alvinegra entrou no Paulistão do ano seguinte muito mais forte e só foi eliminada nas quartas de final em jogo polêmico com o Corinthians de Tite. Um profissional, aliás, designado como parâmetro neste tema, pois passou o ano de 2014 em intercâmbios e após conversar e presenciar o método de trabalho de Carlo Ancelotti no Real Madrid tomou a decisão de realizar treinos mais curtos e intensos. O título brasileiro e a chegada à Seleção Brasileira foi apenas consequência.
Alguns podem enfileirar trincheiras na oposição e afirmar que 10 dias não resolve nada. É pouco para aprendizado. O que resolve então? Fazer tudo igual por anos e anos e ficar sócio do atraso. André Dias e Luiz Fernando Goulart tomaram a medida certa.
Temos garantia de título? Aranha será um goleiro mais ágil e atento? O preparo físico ficará espantoso? Não há como saber. Até por todo o aspecto humano que envolve o futebol. Mas algo dá para apostar: para o crescimento profissional é muito melhor conversar com profissionais da área do que passar tardes e noites na praia em competições de futevôlei.
(análise feita por Elias Aredes Junior- PontePress/ArquivoPessoal André Dias)