Lauro, preparador de goleiros da Ponte Preta: um profissional certo e na hora correta

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O destaque deste texto não está explicito. O seu trabalho sim. Ele não mostra a cara. O personagem do dia é Lauro, preparador de goleiros da Ponte Preta. Afirmo logo de cara: nunca vi ou conversei com o ex-goleiro pontepretano. Mas é incrivel como o futebol é uma roda gigante enlouquecida. Vai para cima, chega embaixo e por vezes nem dá para desembarcar. O jeito é assimilar todas as sensações e tirar aprendizado de todo o processo.

Quando foi contratado, no dia 17 de dezembro do ano passado, o ex-arqueiro tinha uma missão espinhosa: substituir Betão Guastali, responsável direto pela formação e condicionamento técnico do goleiro Ivan, atualmente no Corinthians.

Mesmo que fosse novato na função, ninguém quis saber: muitos torcedores creditaram a má fase no gramado de Ygor Vinhas ao profissional.

Esqueceram que Vinhas já tinha exibido atuações irregulares quando o próprio Betão era o responsável pela sua preparação. O que vão dizer agora aqueles que veem agora as boas atuações de Caíque França no gol pontepretano. Aliás, no jogo contra o Brusque, Caíque França apareceu para fazer uma defesa decisiva. Lauro não tem mérito?

Lauro certamente sabe que o aperfeiçoamento é constante. Não dá para ficar parado. Especialmente ele que foi um ídolo no clube e agora prepara novos candidatos ao posto.

Veja só. O que era problema virou solução. Caíque França nunca disputou um dérbi. Vai para o seu primeiro clássico e vai encarar um clima hostil. Estádio lotado e sem o torcedor pontepretano ao seu lado.

Pois Lauro já enfrentou situação semelhante. No dia 11 de outubro de 2003, com o fantasma do rebaixamento na espreita e sem dar tregua, Lauro presenciou Gigena marcar três gols em pleno Brinco de Ouro e vencer o rival por 3 a 1. No ano seguinte, no dia 10 de julho de 2004, Lauro era o titular na vitória sobre o Guarani por 3 a 1 e com um show de Weldon, autor de três gols. Também colheu empates e cujo resultado produziu um gosto de derrota.

Ou seja, além de preparar Caíque França, Lauro pode ensinar, mostrar e comprovar com suas próprias mãos quais as armadilhas do classico. E preparar o seu pupilo. Ou seja, Lauro, que antes parecia um contra senso como preparador de goleiros, agora está no lugar certo e na hora certa. Acredite: é um trunfo e tanto.

(Elias Aredes Junior-Foto de Diego Almeida-Pontepress)