Vamos colocar o foco sobre as Torcidas Organizadas da Ponte Preta. Elas estão umbilicalmente ligadas a história do clube. Não dá para construir a linha do tempo da Macaca sem citar o protagonismo de tantas agremiações inseridas em contexto de luta, sofrimento e dor.
Torcida Jovem, Serponte, Ponterror…Cada grupo tem sua história e participação dentro da Macaca. Por vezes com atitudes boas, em outras pisam na bola. Especialmente quando protagonizam cenas de violência às vésperas do dérbi.
No ultimo periodo, sem qualquer pudor, as Torcidas Organizadas, entraram na vida política do clube. Foram decisivas para viabilizar a vitória do Movimento Renascer Pontepretano e a consequente indicação de Marco Antonio Eberlin como presidente.
Só que na atualidade o jogo mudou para as torcidas organizadas. E para pior. Não são poucos os torcedores comuns nas redes sociais que acusam tais grupos de se encontrar com uma postura apática e até leniente com a atual administração. Alguns vieram indagar: nas outras administrações, a torcida já teria invadido o Majestoso, quebrado tudo e demonstrado indignado. Uma discrepância cujo ápice foi atingido no rebaixamento da Ponte Preta para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Uma aceitação, um conformismo que confronta com aquilo que se via em campanhas anteriores.
Deixo claro: também fico incomodado. Também não acho correto e adequado. Considero que as torcidas organizadas exercem um papel de fiscalização e acompanhamento das demandas do clube e cuja criticidade não pode ser abandonada em nenhum instante. Na atual conjuntura, com um rebaixamento nas costas é uma campanha decepcionante, preocupante e que beira ao dramático na Série B do Campeonato Brasileiro, a cobrança deveria vir de maneira civilizada e constantes daqueles que estão presentes em todos os jogos. As Torcidas Organizadas podem e devem cobrar.
Também não são poucos aqueles que acreditam na possibilidade das torcidas desejarem tirar alguma vantagem política da atual gestão. Ou facilitar a estrada para a viabilizar a obtenção de auxilio para a sua devida manutenção. Não acredito nesta hipótese. Este comportamento tem mais relação com a política de forças dentro da Ponte Preta do que com qualquer outra hipótese.
Sim, porque essa nova gestão só dá as cartas no Majestoso porque teve o apoio, mesmo que implicito de Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que sempre teve interlocutores com as torcidas organizadas. E certamente o processo de trégua e de camaradagem que já existia na Série B do ano passado, aprofundou-se neste ano. E repito: isso não é bom para a Ponte Preta.
Além disso, não afasto a hipótese de existência de um processo de exaustão. Explicou: Márcio Della Volpe, Vanderlei Pereira, José Armando Abdalla Junior, receberam em algum momento uma cobrança forte por parte dessas torcidas. Alguns em tom inadequado, fora do padrão civilizatório.
Pergunto: melhorou? Avançou? O Clube ficou mais moderno? As vitórias vieram? Não. Automaticamente, certamente um desgaste foi gerado. Foi produzida uma sensação de frustração nos torcedores.
Não é legal. Não, não é questão de pregar a violência. Isso jamais. Repudiamos. Mas que uma Torcida Organizada com espirito mais critica seria uma bela saída para a Macaca, disso não temos dúvida. Que a história faça a devida correção de rota.