A Ponte Preta até tentou superar as adversidades e o ímpeto fisico do oponente, mas perdeu para o Brusque por 2 a 1 em jogo realizado na noite desta sexta-feira, na casa do adversário e válido pela Série B do Campeonato Brasileiro. Agora, todas as atenções estão voltadas para o clássico com o Guarani marcado para sábado, dia 20 de agosto, às 11h, no estádio Moisés Lucarelli.
O desenvolvimento da partida é um prato cheio para analisarmos como somos precipitados na análise. Pior: como não analisamos a conjuntura envolvida em cada jogo. A cada 90 minutos uma história é desenvolvida de modo diferente.
As redes sociais foram invadidas de reclamações de torcedores e influenciadores sobre o péssimo rendimento da Macaca no primeiro tempo.
Pura verdade.
Mas você já parou para pensar porque tal conjuntura virou realidade?
Há três dias, a Macaca venceu o Vasco da Gama por 3 a 1 com uma exigência física absurda. Colocou intensidade no jogo, puxou contra-ataques e todos os jogadores (todos!) tiveram uma entrega absurda no gramado. Extenuados. Arrebentados.
Eis que eles não tiveram um tempo mínimo de recuperação, que de acordo com a ciência do esporte é de 48 horas. No minimo. Nada disso. Os jogadores tiveram que já entrar em processo de preparação para o jogo contra o Brusque e ainda tinham que se preparar para a viagem até o interior de Santa Catarina.
Ok, atletas como Guilherme Souza e Fraga atuaram como titulares e não estiveram em campo nos 90 minutos contra o Vasco. Mas nove atletas que iniciaram como titulares contra o Vasco da Gama estavam a postos em Brusque. Sério que você acha que isso não faz diferença? Faz. Muita. Caíque França, Formiga, Artur, Léo Naldi, Matheus Silva, Wallison e Elvis, Lucca e Everton emplacaram duas partidas em um intervalo de três dias.
Evidente que isso faria diferença. A parte física pesou. Muito. Hélio dos Anjos errou. Poderia aproveitar o álibi do dérbi para escalar uma equipe repleta de reservas e assim preservar os jogadores na parte física. E aposto: ninguém reclamaria. O dérbi é prioridade para o torcedor pontepretano. Sempre.
Repare que como os reservas entraram e foram decisivos para melhoria de rendimento no segundo tempo. Nem tanto pela parte técnica, mas pela capacidade de recompor a equipe na parte física. Fessin – acionado após a fatalidade com Everton, que teve uma fratura na fíbula- e Nicolas. Foram decisivos para proporcionar um respiro para o gol de empate de Elvis.
No final, o volante Rodolfo apareceu para dar a vitória para os donos da casa. Com calendário tão maluco e diante da decisão de escalar um time titular claramente desgastado na parte física, o resultado deve ser encarado com serenidade. O clássico agora é protagonista na mente de cada pontepretano.
(Elias Aredes Junior- com foto de Lucas Gabriel Cardoso/Brusque FC)