Ponte Preta, comemoração de aniversário e a busca para viabilizar uma política menos tóxica no clube

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Você pode não gostar mas a política faz parte dos clubes e do seu cotidiano. Quando utilizo a palavra política eu não digo sobre a questão partidária, de escolher um lado. Falo sobre a condução da administração. Ali, não existe meio termo. Ou você age para incluir ou para excluir.

Quanto maior for o número de pessoas em que o diálogo é estabelecido maiores são as chances da sua gestão ser bem vinda por sua comunidade.

A presidência de Marco Antonio Eberlin tem pontos negativos, como a ausência de outros integrantes na rotina da opinião pública (leia-se entrevistas), o rebaixamento á Série A-2 do Campeonato Paulista e a ausencia de uma prestação de contas mais contumaz em relação as promessas realizadas durante o processo eleitoral. O programa do MRP, que está disponível nas redes, é uma faca de dois gumes: quando não há a prestação de contas, vira uma arma para opositores e não um trunfo.

Dito isso, é preciso dizer que a atual administração tem pontos positivos. Alguns são visiveis como as reformas dos alojamentos das categorias de base, o acerto nas contratações para a sequência da Série B do Campeonato Brasileiro- o que ameniza os erros de avaliação anteriores- e a manutenção da Comissão Técnica mesmo nos momentos mais tortusos da temporada.

Incrivel é verificar como a atual administração consegue vitórias na seara política. Repito: não me refiro a parte partidaria e ideológica e sim na capacidade de atrair pessoas e personalidades públicas no fortalecimento da imagem da administração. Os sinais primários emitiam sentido contrário.

O passo inicial foi dado com o estabelecimento com o Audax, de propriedade de Mário Teixeira, o Mário Ponte Preta. Algo desejado pelo bloco de oposição por anos e anos.

A capacidade de aglutinação foi comprovada na festa de aniversário da Ponte Preta.

Foi uma cerimônia simples? Concordo.

Glamour? Longe disso. Mas preste atenção nas fotos presentes no Flickr oficial da Ponte Preta e você verá que não foi uma simples festa de aniversário, e sim uma oportunidade para a atual administração realizar a aproximação com diversas figuras de Campinas.

Poderia listar diversos ex-jogadores presentes, mas as fotos chamam a atenção pela presença de algumas figuras que não podem ignoradas.

Primeiramente o prefeito Dário Saadi, do Republicanos. Um sinal de que o canal de diálogo pode ser estabelecido com a prefeitura para planos futuros. Hoje dirigente do Sebrae e pré-candidato a Deputado Federal, não há como ignorar a influência de Guilherme Campos na política campineira e em nível nacional.

Se hoje não tem cargo publico, o ex-presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, ainda é um player relevante na cidade de Campinas. Quando você tem a presença do vice-presidente da Federação Paulista, Mauro Silva, é um sinal de que você quer e deseja nutrir um relacionamento com os bastidores do futebol. Ou seja, a cerimônia tinha representatividade. Poderia ser melhor? Concordo. Muito melhor. Mas já é um avanço.

Sem contar a presença até de figuras pontepretanas distantes do atual grupo político presente no Majestoso e que estiveram presentes. Sinal de que há um esforço, mesmo que atabalhoado para viabilizar um relacionamento menos tóxico.

E a oposição? Precisa ter os seus direitos assegurados, principalmente a liberdade de opinião e de criticar e fiscalizar o poder.

Mas não há como negar de que há um esforço da atual administração em buscar uma imagem mais simpática. Vai conseguir? O tempo dirá.

Você pode falar que é relação de boa vizinhança. Eu chamo de política. A boa política. A política necessária. Sem ela, é impossível construir uma sociedade harmoniosa. E tampouco um clube popular como a Ponte Preta.

(Artigo de autoria de Elias Aredes Junior- Com foto de Pontepress)