O Guarani ainda suscita polêmica e discussão. Percebo que existe uma divisão em relação as possibilidades da equipe em escapar do rebaixamento. Amigo querido, o preparador físico, Rodolfo Santos, participante semanal na live do Só Dérbi, considera que o Guarani já está na terceira divisão porque reagiu tarde na competição.
Em outros momentos percebemos que a torcida do Guarani tem uma parte que ainda acredita na fuga do inferno. Mas existem aqueles torcedores prostados e conformados com o rebaixamento.
Acredito que a formulação do clima é importante para buscar qualquer objetivo na vida. Qualquer um. Se você acredita e aposta em seu próprio potencial, é capaz de qualquer feito. Por outro lado, se você absorver um discurso negacionista, as previsões ficam cada vez mais sombrias.
Uma palavra, um gesto, um discurso que seja pode ser suficiente para alcançar o olimpo. E respirar aliviado. Acredito que o grande pecado do atual Conselho de Administração e da mesa do Conselho Deliberativo é que eles não aplicam algo essencial em tempos dificeis: vender esperança.
Vender esperança não é apenas comparecer aos jogos, conversar com os jogadores ou vitaminar o pagamento dos prêmios. Vender esperança no futebol vai muito além de mudar técnico, comissão técnica ou contratar jogadores. Vender esperança é, antes de tudo, conversar com o torcedor e mostrar a ele que tudo pode ser melhor. Você pode dizer e alegar que esse papo já cansou. Que está repetitivo. Que adianta pouca coisa.
Mas por vezes a repetição é necessária. Ou você acha que uma esposa vai ficar calada se o marido não cumpre com suas tarefas domésticas? Ou aposta que a mãe vai largar mão do filho se ele não fizer a lição de casa? Pois é.
A diretoria do Guarani acha que vende otimismo com silêncio. Considera que virar as costas ao torcedor é a saída de todos os males. Ou só fazer promoção de ingresso.
Veja: o Guarani tem um jogo decisivo contra o Sampaio Correa. Se vencer continua na sua saga de permanência. Se perder, a Série C é logo ali. Seria a hora da mobilização e de aglutinar o torcedor por parte do discurso, de uma entrevista coletiva ou até por uma live no Facebook. O que as arquibancadas recebem em troca? Nada, nada, nada.
Fé sem obras é morta. Discurso sem atitude é algo vazio. Atitude sem discurso e diálogo é a construção para um relacionamento calcado na frieza e no distanciamento. Ainda dá tempo de fazer um outro caminho. Basta querer.
(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)