Ponte Preta, Wallison e a necessidade da boa conversa em tempos de dificuldades financeiras

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Não se fala em outra coisa no meio da torcida pontepretana desde o final de semana. De acordo com o repórter mineiro Samuel Venâncio, o armador e volante Wallisson estaria de saída de Ponte Preta. Automaticamente a cobiça fica atiçada no mercado de clubes. O Cruzeiro seria um dos interessados.

Uma possível saída seria facilitada devido ao fato do clube encontrar-se com três meses de salários e direitos atrasados. Diante disso, os seus empresários foram a Justiça Comum requisitar a sua liberação. O clube rebate e nega.

No domingo, a diretoria da Ponte Preta enviou aos veículos de comunicação um comunicado assinado pela Diretoria Executivo que é um ataque frontal aos empresários do jogador. “Empresários mal intencionados ingressaram com ação na Justiça Trabalhista pedindo a quebra de vínculo trabalhista do volante Wallisson com a Ponte Preta, mas não conseguiram. Também não procede a informação de que haveria proposta do Cruzeiro. O jogador de 25 anos tem vínculo com a Macaca até o final de 2027.

Todos procedimentos necessários para salvaguar os direitos da entidade serão encaminhados nessa segunda-feira. Os responsáveis por tal desvio de conduta e/ou informação equivocada repassada para imprensa serão acionados judicialmente, conforme previsto em lei”

Não temos conhecimento dos termos das conversas desenvolvidas entre o staff de Wallison e o clube. Mas algo dá para dizer: erra a Diretoria Executiva da Ponte Preta em adotar uma posição de confronto com os empresários do jogador. “Ah, mas os empresários do jogador deram motivo”. Ok, mas o melhor caminho sempre é da composição e do diálogo. Para o bem da instituição.

Ao adotar um tom ríspido com os empresários no comunicado, acredito que a Diretoria Executiva compra uma briga desnecessária. Por que? Qualquer um que acompanhe os bastidores do futebol, mesmo que de forma superficial, sabe que empresários trocam impressões sobre clubes e dirigentes. E muitas dessas avaliações são utilizadas como critério para definir que clubes recebem ou não prioridade. A vontade do jogador é soberana? Até certo ponto. A influência do empresário é decisiva. Queiramos ou não.

Existem agora duas tarefas. A primeira é evitar que qualquer tipo de prejuízo seja imposto ao clube pontepretano, independente de Wallison permanecer ou não. Se ele sair, que o dinheiro previsto em contrato seja pago. Caso contrário, que ele permaneça e mostre bom rendimento técnico.

A outra missão é restabelecer as finanças do clube e construir uma relação saúdavel com os empresários, mesmo em tempos de restrições financeiras. Já dá para avisar: não será fácil.

(Elias Aredes Junior com foto de Diego Almeida-Pontepress)