A saída de Léo Cereja e os erros e dramas vividos pela Ponte Preta

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Qual seria o roteiro ideal para a saída de um jogador?  Um clube procura o co-irmão, faz a oferta em relação a quebra de contrato a pagamento dos direitos econômicos e federativos enquanto que o atleta pode aceitar ou não a oferta salarial. Seria o mundo ideal. No futebol tal cenário é quase uma fantasia. Especialmente pela presença do empresário, um conflito no qual a Ponte Preta está embaraçada e tem dificuldades para se desvencilhar.

Destaque do Sub-20 e já guindado aos profissionais, o atacante Léo Cereja era uma perspectiva de melhoria do setor ofensivo para 2017. Sim, a palavra Era está adequada ao texto. Subitamente, o empresário do jogador bateu o pé, exigiu seu empréstimo e será repassado ao Audax na próxima edição do Campeonato Paulista. A diretoria da Macaca jura de pés juntos que a negociação vazou por livre e espontânea vontade dos representantes do jogador.

Não quero discutir tal preceito e sim uma outra consequência da desigualdade de renda do futebol brasileiro. Digamos que o empresário tenha a intenção de ver o atleta jogar e esteja insatisfeito com o seu aproveitamento. Automaticamente, o gerente de futebol ou vice-presidente do setor faria uma conversa com o atleta lhe pedindo calma, assegurando que as oportunidades surgirão no horizonte e para finalizar um novo contrato com aditivos e premiação em dinheiro, o combustível pronto a resolver todos os problemas do futebol.

Erro da diretoria? Nem digo do comando, mas da comissão técnica que nesta temporada não soube dosar as oportunidades. Enquanto meninos como Léo Cereja e Ravanelli padeceram no deserto, alguns como Clayson tiveram todas as oportunidades do planeta apesar das atuações irregulares e equívocos que provocaram resultados negativos.Tal contexto serviu para álibi para o empresário entrar em campo.

O argumento não serve para esquecer outras conjecturas importantes.  Exemplo:um substancial aumento salarial não comprometeria uma folha de pagamento de até R$ 5 milhões mensais. O que fazer diante de um orçamento enxuto, com a pressão de jamais errar nas contratações e que os salários ás revelações não podem ser exorbitantes?

Já critiquei por diversas vezes a Ponte Preta por deixar escapar boas oportunidades de negócio para reforçar o seu elenco. E também não entendo e compreendo porque a equipe não revela zagueiros ou mesmo atacantes de nível de excelência. Agora, lutar contra o poder econômico dos empresários, algo em parte fornecido pela Lei Pelé e também pela incompetência das agremiações é algo difícil de lutar. E sem aumento de arrecadação casos como os de Léo Cereja irão se repetir de modo irritante..

(análise feita por Elias Aredes Junior)