Hélio dos Anjos, um trabalhador incansável para a Ponte Preta

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Já trabalhei em muitas empresas jornalisticas e convivi com profissionais dos mais diversos perfis. Os folclóricos, os geniais, preguiçosos, de caráter duvidoso, os aloprados…Tem para todos os tipos.

Mas existia um em especial que cativava os comandantes dos aquários (em que ficava o comando da redação). É o tarefeiro. Ele era geralmente discreto mas capaz de exercer diversas tarefas na jornada de trabalho. Era pedir para fazer e pronto, a encomenda estava disponível.

Eis que o futebol faz o seu exemplar. Existem diretores, jogadores e técnicos tarefeiros. Gente que recebe uma missão e cumpre. Sem dar chance ao erro. Hélio dos Anjos está neste clube.

Podemos dizer que falhou em uma única missão, que foi a de evitar o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2022.

Na sequência, Hélio dos Anjos reformulou o elenco, somou 49 pontos e terminou na 12ª colocação da Série B. Se não conseguiu o acesso também é verdade que fez das tripas o coração para evitar qualquer risco de queda à terceirona nacional, o que seria uma bomba de efeitos imprevisiveis na credibilidade da atual Diretoria Executiva.

Neste ano, Hélio dos Anjos vem cumprindo suas tarefas com competência. Na Série A-2, o time da Ponte Preta lidera com folga, com 10 vitórias e certamente vai com todas as vantagens possíveis e imagináveis para a fase decisiva.

Pense que ele consegue tal feito em um clube com claras dificuldades financeiras e administrativas e cuja seara política é uma arena a céu aberto. Blindou o vestiário e ainda conseguiu o que ninguém tinha visto, que eram os garotos de bom potencial técnico nas categorias de base. Revelou e ainda proporcionou dividendos ao clube. Vide a venda do zagueiro DG ao Red Bull Bragantino e a cobiça de clubes por Léo Naldi e Felipe Amaral.

 Nesta terça-feira a Ponte Preta entrou em campo pela Copa do Brasil e Hélio dos Anjos cumpriu mais uma tarefa. Ganhou por 4 a 0, assegurou a classificação á próxima fase e na prática embolsou mais de R$ 2,6 milhões, sendo R$ 1,250 milhão pela participação na fase inicial e mais R$ 1,4 milhão pela classificação.

Cabe a pergunta: como explicar tamanha disposição para o trabalho de Hélio dos Anjos? Melhor: o que faz com que o treinador receba tanta assimilação por parte dos jogadores?

Tenho uma tese.

Como Hélio dos Anjos faz parte da velha escola do futebol – algo que ele nega- sua predileção é em cima de dois pilares, trabalho e disciplina.

O trabalho é traduzido na forma dos treinamentos exaustivos, com repetições e no ensaio de alguns procedimentos à exaustão. Relembre como a marcação sob pressão é aplicada nos jogos. Fruto dos treinamentos. Aliado a esse quesito, existe a disciplina, a disposição de Hélio dos Anjos jamais abrir mão do comando. Resultado: um clima de harmonia e qualquer comportamento fora da curva é punido com rigor.

Com estes ingredientes, cumprir tarefas torna-se uma missão até fácil. Hélio dos Anjos passou por mais uma etapa. E na Série A-2 com mais sete partidas pela frente, a missão é sacramentar a mais importante de todas as tarefas, o acesso á divisão de elite. Uma promoção que vai desenvolver dignidade a Associação Atlética Ponte Preta.

(Elias Aredes Junior com foto de Weslley Douglas-Pontepress)