Ponte Preta: um passo de cada vez. Porque o pesadelo está próximo de terminar

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Não dá para colocar o carro na frente dos bois. Não podemos sofrer de véspera. Nunca essa premissa foi tão verdadeira como na Série A-2 do Campeonato Paulista. A Ponte Preta venceu o Comercial por 3 a 0, passou para as semifinais da competição e agora sonha efetivamente com o acesso.

Mas a ansiedade e a pressa de sair deste calvário quase colocou tudo a perder. Quase que o desejo de pular etapas fez com que a Macaca sofresse muito mais do que poderia e deveria dentro do gramado.

O Comercial é  inferior tecnicamente a Ponte Preta. Na prática, tem apenas o centroavante Wendell como destaque. Mas faltou muito pouco para ganhar a guerra de nervos. No primeiro jogo, o Bafo ganhou a guerra emocional. Conseguiu o empate por 1 a 1 e de quebra foi beneficiado pelo regulamento, pois um novo empate levaria a decisão aos penaltis, mesmo com quase a metade de pontos da Macaca na primeira fase. De quebra, o time foi agraciado com as expulsões de Pablo Dyego e de Jeh. Com isso, a Macaca perdeu 40% da força ofensiva. Não sou eu que digo. São os números.

Eis que aparece o jogo decisivo e um drama maior surgiu no horizonte. Explica-se: ao optar por congestionar o meio-campo e fazer com que os atletas preenchessem os espaços ofensivos. Na teoria, um plano perfeito. Na prática não foi bem assim. Motivo: não existia contundência ofensiva. Existia o desejo de fazer tudo ao mesmo tempo agora. Um prato cheio para o Comercial puxar os contra-ataques e buscar as falhas da zaga pontepretana. Que surgiram algumas vezes. E que não foram aproveitados por ineficiência do Comercial.

A Ponte Preta queria fazer tudo ao mesmo tempo. E agora. Após o intervalo, o técnico Hélio dos Anjos conversou, reordenou a equipe e decidiu: faria uma coisa de cada vez. Primeiro sentiu o movimento do adversário no inicio da etapa final. Ao perceber que o quadro não teria evolução ele tomou uma providência: colocou Eliel. O jogo mudou.

Assim como na música dos Titãs, foi uma coisa de cada vez. Todos posicionados, tocando a bola e procurando o gol adversário. E deu certo. Foi um, dois, três. Poderia ser mais. Classificação assegurada. Agora é esperar o oponente. Pode ser Noroeste e XV de Piracicaba.

A Primeira Divisão está próxima. Palpável. Mas tudo deve ser feito com paciência. Ou para ser preciso: Uma coisa de cada vez. Treino. Preparação. Torcida mobilizada. Busca da vitória. Com o acesso assegurado, aí sim poderemos festejar. Agora é trabalhar para o pesadelo terminar.

(Elias Aredes Junior com foto de Marcos Ribolli-Especial para a Pontepress)