Cada time tem sua característica. Sua forma de ver e sentir o futebol. A Ponte Preta é uma agremiação de caracteristicas únicas, cuja participação da torcida é indissociável do sucesso do gramado. Cálculo simples: estádio cheio é vitória na certa; arquibancada vazia é sinal de crise no horizonte.
Nos ultimos anos, as competições bem sucedidas da Macaca tiveram como premissa principal a participação intensa do torcedor. Vice-campeonato na Sul-Americana e o segundo lugar no Paulistão de 2017. Quando o torcedor entende ser o 12º jogador não tem para ninguém.
Em contrapartida, bilheteria baixa é sinal de turbulência no ar. Veja os números da Série B. Em 2018, a arrancada em busca do acesso gerou uma média de público de 4488 torcedores por dia; em 2019, o resultado ficou em 3655. Por causa da pandemia de 2020 e 2021, a média só voltou a ser considerada no ano passado,quando a Macaca teve média de 4143.
Pegue o público da semifinal da Série A-2 com 16.129 torcedores e na final com 17.094 e verifique como nos contentamos com pouco. Se a Alvinegra não disputou o acesso nos últimos deve-se também a ausência de mobilização de sua torcida, em boa parte motivada pelas crises políticas verificadas nos corredores do estádio Moisés Lucarelli.
Solução? Viabilizar a manutenção do espirito comunitário que sempre norteou a história da Ponte Pretae e que esteve presente na Série A-2 do Campeonato Paulista. Incutir na mente de todos que cada jogo no Majestoso é uma decisão. Que a chama do acesso ou de uma campanha exitosa só será sustentada com arquibancadas cheias e ingressos baratos acessíveis ao torcedor pobre. Só assim é possível sonhar com dias melhores. De preferência, ao lado do torcedor.
(Elias Aredes Junior- com foto de Marcos Ribolli-Especial para a Pontepress)