No nosso cotidiano, convivemos com todo tipo de gente. Abraçamos e conversamos com diversos espectros da vida social. Gente que chegou ao topo. Gente que é importante. Figuras que o tapete vermelho é estendido. Infelizmente, muitas vezes esquecemos dos personagens anônimos, aqueles que dão um duro danado para que outros possam brilhar. Pessoas que batalham pela vida e são vencedores. Constituem família, formam circulos de amizades e deixam uma herança bendita e fraterna na terra.
Olhe para um time de futebol. Passamos horas e horas em elogios ou criticas aos jogadores, dirigentes e integrantes da Comissão Técnica. Quando alcançam o olimpo são guindados a condição de heróis. Estão nas capas de todos os sites e jornais impressos. Suas vozes são reverberadas em vídeos nas redes sociais e em programas de rádio e televisão.
Assim foi com a Ponte Preta, campeã da Série A-2. Hélio dos Anjos, Jeh, Élvis, Léo Naldi, Felipe Amaral…a lista para reverenciar e celebrar um título que não aparecia desde 1969 é imensa. Mas quero falar dos anônimos. Daqueles que fazem a roda da bola girar.
Pense por um instante no time no gramado. A camisa branca, a faixa transversal no peito, a busca pela vitória. Aqueles homens transformados em seres mitológicos por 90 minutos só estão naquela condição porque duas pessoas deram um duro dano. Acordaram cedo. Foram os primeiros a chegar ao local do jogo. Separaram o material de jogo de cada atleta. Fez a destinação do material de jogo a cada um que enverga a camisa pontepretana. Vagner Prado e Rodrigo Ferreira são os roupeiros da Ponte Preta. Transportam e cuidam do manto sagrado como nenhum torcedor conseguiria cuidar. Não importa o tempo, o dia, a hora, eles não pensam duas vezes para deixar tudo em condições perfeitas para que os artistas possam dar o seu espetáculo.
O que então do massagista? Em uma definição acadêmica, é o especialista que concentra sua ação nas massagens e que precisa dar as primeiras assistências aos atletas nos locais de treinamentos e jogos. Com o atleta em mãos, seu principal trabalho é acelerar o processo de recuperação, além de reduzir a fadiga, as tensões musculares e articulares. Sabe aquele jogador que está em recuperação de lesão e constantemente noticiado? Pois é. Sem o massagista tudo ficaria mais difícil.
Nem tudo é simples. É importante que o massagista tenha conhecimento sobre os procedimentos básicos de primeiros socorros em atividades esportivas. O desconhecimento pode fazer que ele deixe de adotar medidas elementares e pode levar a manobras inadequadas sobre um atleta lesionado. Na Ponte Preta, todas as tarefas estão a cargo de Rogério Mello.
Vamos pensar. Raciocinar. Refletir. Perceberam o número reduzido de lesões durante a Série A-2? Vou além: detectaram que Élvis, a principal estrela, teve um periodo de recuperação satisfatório e voltou a tempo de disputar os jogadores decisivos da competição? Claro, teve a vontade do jogador, a eficiência do médico. Mas Rogério Mello certamente participou deste processo que culminou em um final feliz.
Vagner Prado, Rodrigo Ferreira e Rogério Mello. Os operários da bola. Gente que fez diferença e que fez a Ponte Preta soltar o grito de campeão. Estes profissionais terão papel preponderante na maratona da Série B. Por enquanto, o que o torcedor pontepretano deve direcionar a esses profissionais é apenas uma palavra: obrigado!
(Elias Aredes Junior-Foto de Thiago Toledo-Pontepress)