O desabafo de um torcedor pontepretano: só o superávit interessa?

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Faz tempo que não escrevo sobre o meu time do coração. A minha Nega Véia… A minha Negrona . A minha Veterana. A minha Macacaquinha. Associação Atlética Ponte Preta.

Engraçado como até esses apelidos carinhosos tem sido jogados ao vento nos últimos tempos. Hoje se fala em Gorilão como se Macacaquinha fosse algo de menor grandeza, talvez até pejorativo. A diretoria parece querer mostrar uma grandeza onde a simplicidade e a paixão é o que realmente explica o torcedor pontepretano e seu mascote.

Desde a era dos pontos corridos a campanha da Ponte no ano passado foi a melhor. Uma campanha onde o time em nenhum momento correu risco de rebaixamento e se manteve numa posição confortável na tabela. Mesmo assim existe um imenso descontentamento por grande parte da torcida com a atual diretoria.

Existe uma voz que emana das arquibancadas cada vez mais esvaziadas que essa diretoria insiste em não ouvir. Ou fazer pouco caso ou realmente não está nem um pouco preocupada com o que isso realmente significa.

O que vale é a frieza dos números, o balanço e a prestação de contas ao encerramento de um calendário esportivo.

O torcedor quer participar da vida do clube. Alias sempre participou. Exemplo? Quando foi chamado pra segurar e carregar o time nos ombros para fugir de rebaixamentos e derrotas. Ela sempre se fez presente. Nunca virou as costas. Nunca deixou o fogo da paixão pelo seu clube do coração apagar. Ao contrário da torcida, essa diretoria passa a impressão que hoje a torcida não passa de uma mera coadjuvante num espetáculo que ela não tem importância nenhuma, afinal o que vale são os números.

Hoje o que vemos é uma torcida que outrora sempre fiel e unida e hoje está rachada.. Sim é duro dizer isso, mas está dividida entre os que incondicionalmente aceitam a qualquer preço tudo o que a diretoria passa e do outro um crescente numero de indignados torcedores que vêem aos poucos uma paixão centenária sendo dizimada.

Torcedores que querem arrancar do peito e soltar o grito entalado de campeão, que querem ver a disposição que essa diretoria tem em tratar os números brigar por algo maior que um superávit positivo ou uma simples posição intermediária num campeonato.

Quer ver uma diretoria que não abra mão de competições onde realmente o clube teria condições de brigar por um título ao invés de período de laboratório para um Campeonato Brasileiro.

Negligenciar tudo o que foi escrito acima é esquecer 116 anos de uma história de luta, amor e paixão.

(artigo opinativo de Marco Antonio Rodrigues. Ele é Técnico Químico e tem 52 anos)