Acertos e desafios do time Sub-20 da Ponte Preta após a Copa São Paulo

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Quatro vitórias e dois empates. Desclassificação nos pênaltis. Invicto na competição. Não faltam adjetivos para qualificar a participação da Ponte Preta na Copa São Paulo de Futebol Junior. Todos os elogios? Calma, nem todos. A melhoria de produção em relação aos anos anteriores não pode disfarçar problemas e entraves que atrapalham o desenvolvimento dos garotos. Uma campanha que ganhou relevância após anos e anos de troca de treinadores, local de treinamento e até de um processo de terceirização.

Os seis jogos mostraram um time bem treinado por Leandro Zago. As viradas de jogo eram constantes, a inteligência na bola parada prevalecia e o posicionamento defensivo era satisfatório. Uma prova da capacidade dos atletas em assimilar os métodos de trabalho. Destaque para o contra-ataque bem feito pelo lado esquerdo com Thiaguinho e as incursões de Emerson a partir da lateral-direita. Prova do aproveitamento das lições deixadas pela eliminação na Copa Ipiranga. O trabalho deve ser continuado. Com louvor.

E os jogadores? Existem valores a serem aproveitados em médio e longo prazo. Não há chance de queimar etapas. Os atletas ainda estão no processo de amadurecimento. Talvez colocá-los para se integrarem aos profissionais seria boa estratégia. Titular, por enquanto seria temeridade. Nomes? Nesta carência de laterais, Emerson pode ser trabalhado enquanto que Raí e Marcos Coelho são alternativas no meio-campo. Yuri? Tem faro de gol e bom posicionamento na área. Se Felipe Moreira for designado como um formador de talentos, o artilheiro na Copa São Paulo tem brecha de afirmação.

Nem tudo na vida é feita de flores. Leandro Zago é bom treinador, os garotos mostraram potencial, mas os adversários podem ser divididos em três grupos: equipes voluntariosas e limitadas – Marilia-, outros que só entraram pelo inchaço da competição– Alagoinhas – e outros que decepcionaram – Penapolense e Paraná. Os empates aconteceram contra uma equipe que, apesar de desclassificação na fase inicial tem tradição na revelação de jogadores – o Américo Mineiro- e outro que foi a principal surpresa, o Batatais, que lhe impôs a eliminação nos pênaltis.

O que isso quer dizer? Que a Ponte Preta mostrou uma cara, uma maneira de jogar, exibiu jogadores de potencial, mas participou de uma competição com 120 clubes e tal distorção provocou uma queda da qualidade técnica.

A campanha satisfatória dos meninos do Sub-20 não pode esconder as deficiências da Macaca em relação aos concorrentes. Criciúma e Ceará estão na Série B e já contam com Centros de Treinamento exclusivo para as categorias de base, inclusive com alojamentos para o Sub-20. O plano de construir um CT exclusivo para a base em Sumaré foi abandonado por questões políticas e burocráticas e não foi retomado.

Resumo da ópera: a Copa São Paulo não pode esconder o fato de que o trabalho no Majestoso apenas começou.

(análise feita por Elias Aredes Junior)