Todas as semanas, os jornalistas cadastrados no grupo de Whatsapp do Guarani recebem da assessoria de imprensa a programação da semana. São os horários estipulados para treinamentos, atividades físicas e os escolhidos para as entrevistas coletivas. Um detalhe chamou a atenção nos preparativos dos duelos contra o Capivariano, quarta-feira no Brinco de Ouro e no domingo contra o Rio Claro: a inexistência do treinamento coletivo e do Recreativo. Só treino tático.
Não é uma má notícia. Pelo contrário. Maurício Barbieri está antenado com as principais tendências. A atividade tática- que será fechada aos jornalistas – engloba uma série de nuances e variações: posicionamento na bola parada, ensaio na busca da segunda bola, ensaio de contra-golpe, repetição de cobrança de faltas laterais na grande área, entre outros requisitos. São expedientes responsáveis em formar o conjunto de uma equipe de futebol. Para ser didático, pense no treinador diante de um quebra cabeça. A cada dia ele orienta a colocação de cada peça. No jogo, a moldura ganha forma.
Atividades vitais se levarmos em conta que o treinador desembarca no meio da competição e precisa impor o seu estilo de trabalho. Missão inglória na pressão vivida no futebol brasileiro.
E o desaparecimento do recreativo, do famoso rachão? Se levar adiante sua intenção, Barbieri dará uma contribuição. Aliás, algo que nunca entendi. Jogadores recebem para atuar em alto nível, tem calendário apertado e as comissões técnicas precisavam encontrar tempo para uma atividade sem objetivo nenhum. Só para agradar a boleirada? Existem outras maneiras de encurtar as distâncias e afinar relacionamentos. Pense: se a cada semana um treinamento de 90 minutos fosse desperdiçado para o recreativo, é como se o Guarani deixasse de disputar “quatro partidas”. Um absurdo.
Maurício Barbieri sabe: tem urgência de exibir uma filosofia de jogo. O caminho traçado desafia padrões e quebra tabus. Tomara que dê certo. Para o bem do Guarani.
(análise feita por Elias Aredes Junior)