Panela de pressão sufoca diretoria na Ponte, e torcedores prometem novos protestos

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A tolerância de grande parte da torcida da Ponte Preta com o grupo que dirige o clube, antes exaltado pela recuperação financeira, é cada vez menor. No terceiro ano de gestão de Vanderlei Pereira, a irregularidade no Paulistão e a eliminação precoce na Copa do Brasil, relatam uma campanha decepcionante da equipe em 2017.

A cada jogo, a pressão por mudanças aumenta sobre a diretoria. Entenda:

AMBIÇÃO x TÉCNICO INTERINO
A grande cobrança da torcida pontepretana nos últimos anos tem sido por maior ambição da diretoria nas montagens das equipes. No final da temporada passada, quando a Ponte terminou o Brasileirão na oitava colocação, o interino Felipe Moreira foi escolhido para substituir Eduardo Baptista – que foi para o Palmeiras.

A escolha por um tempo jovem causou incomodo e após três meses de trabalho, a reprovação tem sido maior que a aprovação em cima do seu trabalho. A pressão das arquibancadas e de parte dos conselheiros é por imediata mudança no comando da equipe.

MANUTENÇÃO DA BASE?
Em novembro do ano passado, o executivo de futebol Gustavo Bueno, em entrevista à Rádio Central de Campinas, afirmou que “70% do elenco sustentará a base para 2017”. Foram 15 saídas, sendo 7 titulares: os zagueiros Douglas Grolli e Antônio Carlos, o lateral Reinaldo, o volante Maycon, o meia Thiago Galhardo e os atacantes Felipe Azevedo e Rhayer, sem contar o técnico Eduardo Baptista.

REFORÇOS E O CAMISA 10
Como não conseguiu a permanência de boa parte do elenco do ano passado, coube a Ponte Preta ir ao mercado atrás de reforços. Foram 12 contratações: o lateral Artur, os zagueiros Marllon e Yago, os volantes Naldo, Jadson, Fábio Braga e Fernando Bob, os meias Matheus Cassini e Erick Sales, além dos atacantes Lucca, Ramon e Lins.

Além do mais, após a fracassada negociação com Renato Cajá, a Ponte Preta não conseguiu realizar o desejo da torcida em busca do sonhado camisa 10. Nomes como Alex, Lodeiro, Rafael Longuine e outros foram especulados, mas nenhuma negociação foi confirmada pela equipe.

CASO POTTKER
A permanência de William Pottker é tratada como ponto positivo para a diretoria, mas a pressão pelo substituto à altura já foi iniciada. O atacante de 23 anos está apalavrado com o Internacional e se despede da equipe após a disputa do Campeonato Paulista.

JOGADORES AFASTADOS?
A indefinição sobre o futuro de alguns jogadores também pesa na avaliação da torcida em relação a diretoria. O lateral Breno Lopes e o zagueiro Fábio Ferreira se tornaram presenças incomuns nos jogos da equipe. Segundo apuração da reportagem do Só Derbi, a direção aguarda a efetivação de propostas pelos dois jogadores, que dificilmente vão permanecer para o segundo semestre.

ROMPIMENTO COM A TORCIDA
Os últimos dois jogos no Moisés Lucarelli, contra São Bernardo e Cuiabá, foram marcados por protestos da torcida. Gritos de “raça”, “vergonha” e “fora, Felipe” foram ecoados constantemente nas arquibancadas do clube, principalmente após a eliminação na Copa do Brasil. Nos principais grupos de torcedores na internet, já estão agendados novos protestos contra a atual diretoria.

 (Texto e reportagem: Júlio Nascimento)