A tarefa encaminhada ao técnico bugrino Mauricio Barbieri não é nada fácil: entabular uma reação na Série A-2 do Campeonato Paulista, obter a classificação às semifinais, viabilizar um time competitivo para a Série B do Brasileirão e blindar o elenco em relação as confusões políticas.
Outra tarefa implícita está colocada e de prioridade máxima devido a imprevistos que seria impensável, como a derrota para o Capivariano, presente na zona do rebaixamento. Ser temido. Esta é uma característica que vai e volta no estádio Brinco de Ouro.
Não há dúvidas: um dos méritos de Marcelo Chamusca foi ter transformado o Brinco de Ouro em um autêntico alçapão na terceirona nacional, sem derrotas na fase eliminatória e palco decisivo para o acesso diante do ASA e a épica vitória contra o ABC (RN). Em 12 jogos, foram nove vitórias e três empates.
Veio a temporada seguinte e tudo parece inconsistente. As vitórias não convencem e a conquista dos três pontos é obtida com uma boa dose de suor e sofrimento. O adversário pisa no gramado do Brinco de Ouro como se estivesse em sua própria casa. Não fica acuado. Não treme. Algo acontece. Para pior.
Poderia pegar várias equipes brasileiras cujo fator mando de jogo tem componente psicológico preponderante. O adversário já se sente derrotado ou na corda bamba antes de pisar no gramado. Para não exagerar, este é o sentimento transmitido pelo XV de Piracicaba quando realiza seus confrontos no Barão de Serra Negra. Ou o Mirassol, a sensação da divisão de elite do Paulistão.
Mais do que sistema de jogo ou ordenar os jogadores no gramado, Maurício Barbieri tem a missão de construir em seus jogadores um comportamento emocional forte, capaz de suportar as pressões fora de casa como por exemplo diante do Rio Claro e que não dê oportunidade nos confrontos marcados para Campinas diante de Penapolense, Velo Clube, Sertãozinho, Portuguesa e Barretos.
Sem uma mudança de postura, não haverá técnico ou jogador que dê jeito.
(análise feita por Elias Aredes Junior)