Dica para diretoria da Ponte Preta: contratem um técnico de futebol e não um escudo!

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Escrevo este artigo durante a tarde de segunda-feira (06). Ainda não há definição oficial sobre o novo técnico da Ponte Preta. Vadão, Gilson Kleina, Ney Franco…As opções são diversas e todas com suas vantagens e pontos negativos.

O eleito pegará um time líder do grupo D do Campeonato Paulista e focado na Copa Sul-Americana. Terá que lidar com uma torcida sedenta por títulos e desempenho satisfatório no gramado. Um conceito, no entanto, deveria ficar claro na mente dos dirigentes pontepretanos: o foco é contratar um técnico de futebol e não um escudo e assim colocar debaixo do tapete as falhas de gestão.

Inúmeras por sinal. Na largada, aponta-se o distanciamento dos dirigentes na busca da transparência. Gustavo Bueno e Hélio Kazuo só vieram prestar contas ao torcedor sobre a demissão de Felipe Moreira e a desclassificação na Copa do Brasil porque era uma situação extrema. No dia a dia, tanto a imprensa como os torcedores ficam reféns de boatos, especulações e recados dados sem critério. Como um novo treinador poderá resolver tal questão?

Pegue  o caso do presidente Vanderlei Pereira. Um burocrata de excelente qualidade. Consciente dos limites orçamentários da agremiação, está  atento as demandas  para que o time não entre em uma aventura inconsequente. Tal qualidade é insuficiente para esconder um mandatário distante, sem conexão com a torcida e capaz de negligenciar atendimento corriqueiro para a imprensa. Nem utiliza o site social e as redes sociais para prestar contas. Me diga: como um novo técnico vai resolver tal falha ?

Os ingressos estão mais baratos ? Acesso ás camadas carentes ? Não há duvida. O sedativo oportuno não arrefeceu a mágoa e o sentimento de orfandade das arquibancadas com a diretoria. Existe uma avaliação: uma torcida louca por ambição e disputa por títulos e que tal sonho está descartado por causa de uma diretoria cujo seus integrantes, sem exceção, apesar de serem homens bem sucedidos em suas áreas de atuação não sabem o tamanho do sacrificio de sobreviver com um salário mínimo, além de condições péssimas de transporte, saúde e educação para sobreviver.

No meio desta tormenta arrumar um punhado de dinheiro para acompanhar seu clube de coração. Pergunta: como um técnico de futebol poderá consertar tal cenário ?

Argumentos sobre o poder da vitória para cicatrizar feridas não valem mais. O futebol mudou e a vida também. As redes sociais transformaram os torcedores em seres independentes e com capacidade para separar problemas, conflitos e os devidos. Cravo: se a Macaca for campeã paulista com a chegada do novo técnico, a mágoa dos torcedores com a diretoria nunca fechará totalmente.

Resumo da ópera: se o primordial for a contratação de um técnico para ajeitar um time desencontrado, limitado e sem imaginação, as chances de êxito são grandes; se a intenção for a de contratar o escudo, é bom arranjar um plano B. Este não vai funcionar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)