Análise: Sócio Torcedor é ou não é prioridade na Ponte Preta?

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Alguns conceitos parecem eternos no futebol. Um deles é o torcedor sendo tratado de modo lamentável ou vítima de conceitos equivocados. Exemplo disso é o sistema de venda de ingressos da Ponte Preta para o jogo de domingo, às 16h, contra o Corinthians, válido pela final do Campeonato Paulista.

Por mais que a diretoria tente explicar não há argumento que convença sobre a mudança de critério para a entrada do participante do programa de Sócio torcedor. Quem escreve é alguém que sempre defendeu uma revisão do programa especialmente diante do perfil do torcedor pontepretano.

Pelo novo regulamento, o sócio torcedor terá que pegar os ingressos, para que seja possível saber quantos estarão presentes e quantos não irão a decisão. Consequentemente, os ausentes deixarão seus lugares vagos. Os horários para troca serão na terça (25),  das 13 às 20 horas; na quarta (26), das 9 às 20 horas; e na quinta (27) das 9 às 20 horas. Os responsáveis pelo programa dizem que parentes e amigos poderão pegar carteirinhas de outros para que estes não fiquem sem ingressos. Impossível deixar passar a sensação de improviso em relação aos que acontece em outros clubes do Brasil.

Não há como fugir da constatação: burlar as regras que criou para o seu próprio programa deixa a Ponte Preta fragilizada inclusive perante possíveis ações judiciais. Sendo prático: um torcedor que não compareceu ao período estipulado de terça a quinta pode muito bem entrar com uma liminar na Justiça para assegurar sua entrada com base no regulamento vigente, ou seja, basta entrar com a carteira na catraca que a entrada é permitida.

Tal fato demonstra outro lado. Em entrevista na segunda-feira à noite na Rádio Central o vice-presidente Giovanni Di Marzio afirmou que a gestão estava preparada para chegar a final e por isso sequer mereceria críticas de jornalistas. Pois eu digo que este fato com o programa de Sócio Torcedor comprova que a diretoria executiva da Macaca infelizmente não se preparou adequadamente para chegada a uma grande final.

Muito simples. Preparação e planejamento deveria incluir um trabalho desde o ano passado a implementação para os grandes jogos. Clubes do futebol brasileiro já fazem o check in do sócio torcedor, mas tudo, absolutamente tudo pela internet. Ou seja, o torcedor vai no site oficial da agremiação, digita o seu número de sócio, confirma o seu interesse em assistir ao jogo e na hora sai um comprovante na página que comprova seu interesse. No dia da partida basta comparecer com a carteirinha em mãos e passar na catraca. Em ultimo caso, o torcedor leva o comprovante da operação e está tudo resolvido.

Pergunta que não quer calar: se a Ponte Preta estava preparada para disputar uma final de Campeonato Paulista, o que explica forçar o deslocamento de milhares e milhares de pessoas para confirmar seu presença em um evento que será no domingo? Pior é verificar que a própria direção fornece combustível para que os torcedores considerem ineficiente a gestão do programa. “O mais irônico é que recebi hoje (terça, dia 25de abril ) o boleto de mail por e-mail e com um link para que eu confirme o recebimento Tal expediente não poderia ser utilizado para que o sócio torcedor fizesse seu check in?”, questiona Thiago Figueiredo, que reside no Rio de Janeiro e agora busca uma saída para retirar seu ingresso.

Por que diversas agremiações já aderiram de modo maciço a internet e o torcedor pontepretano ainda precisa conviver com fantasmas como cambistas e a venda física na porta do estádio? Sim, até a venda avulsa é inadmissível. Olímpiadas, Copas do Mundo, show de rock…Pense em qualquer evento de grande dimensão cuja a venda de 100% dos ingressos acontecem pela internet. Sem filas e atropelo. E todos desfrutam felizes do instante de lazer.

A sede de comemorar um título fará o torcedor relevar tais contratempos. Só que Não adianta propagar discurso moderno e torcer o nariz para os critícos. É preciso falar e fazer. Para depois não encontrar resistência no torcedor, a grande razão de viver de qualquer clube.

(análise feita por Elias Aredes Junior)