Dados, estratégias e características de jogo do Corinthians, o adversário da Ponte Preta na final do Paulistão

0
1.161 views
O jogador Jean, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador da AA Ponte Preta, durante partida de volta, válida pela semi final, do Campeonato Paulista, Série A1, na Arena Allianz Parque.

Fissurado para disputar a final do Campeonato Paulista, o torcedor pontepretano conta as horas para a decisão contra o Corinthians. Sonha com lances, gols inesquecíveis e a comemoração que está entalada na garganta. Do outro lado existe um gigante e é preciso derrubá-lo. Como já foram arrebentados Santos e Palmeiras.

Para dar o “start” na discussão tática , este colunista do Só Dérbi assistiu aos melhores momentos e gols do time treinado por Fábio Carille. Ao juntar com as observações feitas em partidas transmitidas pela Rádio Central algumas conclusões podem ser tiradas antes dos 90 minutos iniciais marcados.

A primeira conclusão é de que a Ponte Preta vai encarar um time focado na defesa. Os números comprovam. Em 16 jogos disputados, o time sofreu  10 gols e em oito partidas não soube o que era pegar a bola no fundo da rede. Em contrapartida, o ataque deixa a desejar pois foram apenas 18 gols anotados e uma sociedade com placar mínimo de vitória: em seis partidas, o placar de 1 a 0 foi favorável ao Corinthians.

O comedimento explica-se pelo sistema tático, em que duas linhas de quatro jogadores são formadas e de maneira compacta e que impedem o adversário de penetrar pela faixa central do gramado. A segunda linha, escalada contra o São Paulo por Gabriel, Maycon, Jadson e Rodriguinho, por vezes recebe até o reforço de Romero para proteger ainda mais a zaga formada por Pablo e Balbuena. Não é tudo. Existem dois jogadores essenciais na esquematização e que merecem ser destrinchados. São eles:

Guilherme Arana: o lateral-esquerdo revelado pelo Timão exibe futebol de gente grande. Sempre focou seu futebol na marcação, mas agora é uma alternativa ofensiva, com bons cruzamentos, seja na busca da linha de fundo, na execução das bolas paradas e com levantamentos na zona intermediária. Nos clássicos contra Santos e São Paulo, válidos pela fase inicial, a jogada foi executada de maneira fatal: Arana foi a linha de fundo, cruzou e Jô conferiu de cabeça. Alternativa? Fechar o espaço com o lateral direito de plantão, sempre com auxilio de um volante ou até de William Pottker.

Jô: Engana-se o torcedor que imagina o jogador apenas como mero cumpridor de tarefas. Na esquematização de Fabio Carille, por diversas vezes tem a missão de realizar o trabalho de pivô para a chegada de outros atacantes e meias e  de recuar para ficar a caráter para puxar o contra-ataque ou infiltrar no meio-campo dos zagueiros adversários. Exemplo disso foram os gols anotados contra o Palmeiras e diante do São Paulo, no Morumbi, pela semifinal. Marcação individual não seria o ideal, mas uma compactação  e atenção nos rebotes para que o centroavante não tenha chance de arremate.

Outras estratégias: apesar de ser um time aparentemente pobre na parte ofensiva, o Corinthians tem algumas estratégias que podem dar trabalho a Ponte Preta. A principal é a dos meias que se colocam pelos lados do gramado e trabalham a inversão de jogo para pegar a defesa adversária desprevenida. Como em jogos anteriores, a Macaca demonstrou dificuldades neste tipo de cilada, a escalação de Jadson por Gilson Kleina é uma espécie de antídoto para bloquear em caso de jogadas mais agudas.

Gols sofridos: nos 10 gols sofridos, um aspecto chama atenção: o vacilo da defesa que por vezes marca a bola e não o jogador, algo verificado nos gols na derrota para o Santo André e no empate por 1 a 1 com o São Paulo na fase inicial. Outra dificuldade diz respeito aos chutes de fora da área, em que o goleiro Cássio tem vacilado. Na derrota para a Ferroviária, Alan Mineiro colocou na mão do goleiro corinthiano, que ainda proporcionou rebote.

(análise e reportagem feita por Elias Aredes Junior)