Um abecedário da crise na Ponte Preta

3
1.365 views

A Ponte Preta tropeçou contra o Linense e neste domingo, contra o Botafogo, em Campinas, jogará com a corda no pescoço. Se vencer, o time vai respirar e o emprego de Vinicius Eutrópio estará a salvo. Caso contrário, além de esquecer momentaneamente a luta pela classificação terá que mirar na parte debaixo da tabela e buscar sete vitórias para fugir do vexame do rebaixamento.

Qual o diagnóstico dos problemas e para reação? O que fazer? São tantas medidas, fatos e atitudes que resolvi colocá-los em ordem alfabética. É um abecedário para entender a crise. Confira:
Amor à camisa: O que se viu foi um time sem força e apático nas três rodadas iniciais. A torcida pede garra. Com razão. É o mínimo.

Bola parada: É um Deus nos acuda quando a bola é levantada na área da Macaca. Não é culpa apenas dos zagueiros. Falta posicionamento adequado e atenção no rebote para puxar o contra-ataque.

Cascudo: Um time imune a tempestades e revesses no gramado é de bom tom. Cascudo, como bem cunhou o técnico Emerson Leão. Emoção controlada é caminho para a vitória.

Dependência: No ano passado, era de Renato Cajá. Hoje, é da bola parada. Não seria adequado a montagem de um time com mais recursos.

Esquema tático: Esta questão fica na conta do técnico Vinicius Eutrópio. O time não tem uma mecânica de jogo estável. Em determinados momentos está com duas linhas de quatro jogadores; em outros a zaga fica bagunçada e exposta; Algo precisa ser feito.

Felipe Azevedo: No ano passado o jogador ganhou vida ao ser liberado para armador no lado direito com o técnico Doriva. Hoje, está entre a timidez e a enrolação na zona central para armar. A melhoria da Ponte Preta também passa por ele.

Gol: Três gols anotados em três rodadas. Como pedir apoio da torcida com ataque tão fraco? Díficil.

Hino da Ponte: A letra, de autoria do jornalista Renato Silva afirma que a “Ponte Preta vai pro campo para mostrar seu valor”. A teoria tem que sair do hino e virar prática.

Imaginação: Uma característica ausente do meio-campo pontepretano. Time burocrático, de passes curtos e sem imaginação. Não é necessário apenas um meia de criação. Tem que buscar uma nova concepção de jogo.

João Carlos: Não exibe segurança para sair do gol. Vacila nas jogadas de bola parada. Precisa colocar a cabeça no lugar. Caso contrário, pode transformar-se em vilão rapidamente.

Laterais: Nino Paraíba peca na defesa e não exibe a volúpia ofensiva dos tempos do Avaí. Gilson até marca bem, mas não faz diferença no setor ofensivo.

Meia Armador: Primeiro foi Clayson e depois Felipe Azevedo. Agora as esperanças ficam colocadas em Rhayner. Resumo da ópera: o time pede por um camisa 10.

Namoro indesejado: Nos últimos cinco anos, desde 2011, a Macaca sempre participou pelo menos das fases decisivas do Paulistão. Namorar com a Série A2 neste começo é inadmissível para quem é integrante da Série A do Brasileirão.

Obrigação: Dois dirigentes em menos de 20 dias determinaram que a Macaca entraria na competição para brigar pelo título. O gramado não respondeu da mesma mesma. O que era sonho virou obrigação e agora tormenta.

Pontepretano: O grande prejudicado em toda essa história. Acreditou em dias melhorou e ao mesmo tempo encontra-se triste e afastado do Majestoso. O maior patrimônio do clube parece não ter consonância e conexão com a atual diretoria. O relacionamento precisa ser estreitado.

Qualidade: Uma característica ausente nos três primeiros jogos da Ponte Preta. Falta de qualidade na troca de passes, no posicionamento, no futebol do volante Jonas, dos zagueiros Ferron e Tiago Alves…Enfim, a excelência está ausente do Majestoso.

Recursos: A Ponte Preta anunciou que teria o maior patrocínio da história na parte frontal da camisa. Que existia a perspectiva de melhoria nas cotas de televisão para as disputas do Campeonato Paulista e do Brasileirão. Pergunta: não havia possibilidade de incrementar o elenco?

Sete: É o número de vitórias necessárias para a Macaca escapar de qualquer risco de rebaixamento.

Taiberson: Aposta da diretoria para ser um Biro Biro versão 2.0. Por enquanto, não exibiu futebol de qualidade. O que acontece? Adaptação? Falta de inspiração? É hora de reação.

Última chance: Dá para apostar que domingo será a chance derradeira para o técnico Vinicius Eutrópio. Ou ganha ou terá que pegar a sessão de classificados.

Vitória: Este sabor não é degustado pela Macaca em jogos oficiais desde o dia 31 de outubro do ano passado, quando ganhou do Joinville por 1 a 0. Desde então, perdeu para Internacional, Figueirense, Avaí e Sport e empatou por 1 a 1 com o Flamengo. No Paulistão, derrotas para Oeste e Santos e um empate com o Linense.

Xadrez: O Botafogo treinado por Marcelo Veiga é uma equipe com bom posicionamento tático. Transforma o gramado em tabuleiro. Vinicius Eutrópio terá tempo para colocar a cada em ordem? Aguardemos…

Zagueiros: Fábio Ferreira, Ferron, Tiago Alves e Wellington. Precisa contratar mais ou falta de entrosamento para buscar rendimento decente? Por que a zaga atuava em bom nível com Guto Ferreira, Doriva e Felipe Moreira e agora desapareceu? Pois é…