Transição lenta, gradual e segura para Fumagalli e o novo Guarani

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Alex Silva, Richarlyson, Ricardo Bueno e Ewerton Páscoa. Todos jogadores experientes, com rodagem, passagens por clubes grandes e uma boa folha de serviços no futebol brasileiro. O torcedor bugrino verifica com otimismo a provável chegada dos reforços, mas poucos percebem um requisito que vem sendo conduzido com maestria pela comissão técnica comandada por Oswaldo Alvarez, o Vadão: a pulverização das lideranças no vestiário.

Nos últimos quatro anos, salvo algumas exceções, Fumagalli foi a referência técnica e de liderança. Nada acontecia sem o seu conhecimento e dentro do gramado era a mola mestra na condução das jogadas e construção de vitórias. Foi assim na campanha da Série C do Campeonato Brasileiro, quando teve atuações exuberantes, como na goleada por 6 a 0 sobre o ABC.

Era uma outra realidade e um outro futebol. Cenário diferente porque os jogos eram semanais e Fumagalli ganhava tempo para recuperação física, aprimoramento nos treinamentos e acumulo de energia para outra batalha. Neste ano, a Série A-2 foi uma amostra dos desafios do calendário, com jogos às quartas e domingos. Impossível um jogador de 39 anos não sentir o desgaste. Sentiu. Muito.

Apesar dos alaridos da torcida, o técnico bugrino trabalha na passagem do bastão, com zelo e cuidado. Em primeiro lugar, a contratação de jogadores experientes não só para descentralizar a liderança como para contar com trunfos e enfrentar a opinião pública na hora do sufoco. Leia-se derrota ou oscilação na tabela. Com estas possíveis contratações, a figura de Fumagalli fica preservada e nem com acúmulo de tarefas.

Não há como ignorar as  características da competição. Força física, pegada de marcação e figuras de boa credibilidade no futebol. Vejam as contratações dos concorrentes e constatará o que descrevo.

Não é possível acreditar apenas no veterano camisa 10, na velocidade de Bruno Nazário e na força física de Eliandro para ganhar os jogos. É preciso muito mais. Por que são 38 rodadas e os desafios são constantes. Sem contar que inexiste a eternidade de ninguém no futebol.

Lógico, a decisão é única e exclusiva do jogador, mas a agremiação tem o dever de encontrar um epílogo digno, decente e de vulto a quem tanto produziu. E Vadão é a pessoa certa para conduzir o processo, tanto na montagem do time, como também na concepção diferenciada de Fumagalli em 2017. Afinal, foi o próprio treinador que repatriou o camisa 10 em 2012, ano do vice-campeonato paulista.

Se Fumagalli perder o protagonismo não há motivo para choro ou ranger de dentes. Será a execução de um processo que uma hora ou outra seria realizada.

(análise feita por Elias Aredes Junior)