A Ponte Preta está inserida nos principais campeonatos do Brasil. Encara os gigantes de igual para igual e faz campanhas relevantes. Para avançar, a obtenção de recursos é fundamental.
Um caminho é o crescimento de Sócio Torcedor e uma melhoria da taxa de ocupação do estádio Moisés Lucarelli, cuja capacidade é de 19.721. Sem querer exagerar, a meta seria as arquibancadas quase lotadas porque isso seria sinônimo de boa adesão ao programa de Sócio Torcedor.
Uma pergunta ganha relevância: qual o alcance de mercado da Ponte Preta? Quantos torcedores ela pode chegar? Quais são seus principais concorrentes? Em qual região deve começar?
Para responder essa e outras perguntas este jornalista do Só Derbi pesquisou por uma semana vários levantamentos realizados por institutos de pesquisa e que tentam detectar o tamanho das torcidas no Brasil.
Os dados do Ibope, da Paraná Pesquisas, Pluri Consultoria e do Instituto Carlos Guimarães mostram basicamente que a Macaca é uma equipe com penetração regional, mas que ainda não consegue ter relevância nacional. Na região de Campinas, existe um longo caminho para percorrer. Exemplo prático: de acordo com o instituto Carlos Guimarães, o Corinthians tem a preferência de 20% na cidade contra 12,1% da Alvinegra.
Como comparação, o Furação tem apenas então somente na capital paranaense o índice de 31,2% dos torcedores contra 26,7% do Coritiba. Como isso aconteceu? Com investimento na base, melhoria da Arena da Baixada, Centro de Treinamento moderno e revelação de atletas de ponta como Otávio e Hernani. Em 2008, o mesmo instituto fez uma pesquisa que apontou o Furação com 24,6% da preferência.
Ao levarmos em conta o ultimo levantamento feito pelo Ibope em 2014 e dois anos depois pela Paraná Pesquisa e a população brasileira de 204.450.649 habitantes os nove times fora do grupo dos gigantes ainda dividem um pedaço infimo do bolo do futebol nacional.
Antes, uma explicação: Coritiba, Furação, Bahia e Sport são times com índices de preferência nacional enquanto a Macaca e as outras médias e pequenas do futebol nacional só tem dimensão mensurada em termos regionais ou local. O que fizemos foi pegar o índice de pesquisas recentes e transformar em número de torcedores. Confira:
Torcidas com preferência nacional:
Bahia (2%): 4.089.012 torcedores
Sport (1,3%): 2.657.858 torcedores
Atlético Paranaense (0,8%): 1.635. 605 torcedores
Vitória (0,8%): 1.635.605 torcedores
Coritiba (0,7%): 1.431.154 torcedores
Ps: dados da pesquisa da Paraná Pesquisas.
Torcidas com alcance local ou regional
Avaí (0,9% na região Sul segundo a Paraná Pesquisas): 264.948 torcedores
Chapecoense (0,8% na região sul de acordo com a Paraná Pesquisas): 235.510 torcedores
Ponte Preta (12,1% em Campinas segundo o Instituto Carlos Guimarães): 141.977 (estimativa de 375 mil torcedores na região metropolitana de Campinas)
Atlético-GO: 182.000 (dado: Pluri Consultoria-2014-)
Ao contrário do que muitos imaginam, o resultado não é para se lamentar e sim, vislumbrar o tamanho do mercado que a Ponte Preta ainda tem para conquistar.
Se Macaca tivesse o mesmo índice de preferência do Atlético-PR em Curitiba, a cidade de Campinas teria 366 mil torcedores pontepretanos. Se o índice fosse estendido para a região metropolitana de Campinas, o contingente chegaria a 966 mil torcedores. No mínimo.
Em resumo: não é hora de chiar ou reclamar e sim de trabalhar. Existe um longo caminho pela frente.
(texto, reportagem e análise de Elias Aredes Junior)