Existem conceitos clássicos no futebol. Palavras responsáveis por definir o papel de cada um no funcionamento de um time. O craque é aquele dotado de aptidões técnicas soberanas e capaz de levar um time a conquista de vitórias e de um campeonato. Por outro lado, temos atletas importantes. Possuem características especiais, essenciais para colocar em prática a planificação do treinador.
A Ponte Preta hoje tem três jogadores acima da média: Lucca, artilheiro da equipe no Brasileirão com seis gols; Renato Cajá e sua técnica refinada para executar lançamentos e jogadas de bola parada; e Emerson Sheik, experiente, matreiro, habilidoso e capaz de mudar o roteiro de um duelo. Nenhum deles tem o protagonismo de Nino Paraíba. Sim, o lateral direito é o jogador mais importante da Ponte Preta na atualidade.
Existem motivos para tal constatação. O primeiro encontra-se na escalação da equipe. A alvinegra campineira, por imprevistos do mundo da bola, não tem ainda um lateral-esquerdo que transmita confiança. Nem João Lucas e Fernandinho conquistaram os corações e mentes. Ou seja, o lado esquerdo não é o mais adequado para atacar os oponentes e assim Nino Paraíba fica sozinho como opção de ofensividade pelo lado do campo e para executar as triangulações.
Sem contar sua extrema capacidade de fazer o desafogo, que é tirar a equipe do campo defensivo e levar ao ataque quando encontra-se acuada. Ou melhor, o único atleta com tal capacidade no atual time pontepretano. Lembre-se: no Paulistão existiam três jogadores com tal predicado: William Pottker, Clayson e o próprio Nino, agora solitário. Escalado contra o Santos para suprir sua ausência nesta tarefa, Claudinho teve altos e baixos. Não decepcionou, mas evidenciou a dependência pontepretana em relação ao jogador.
No domingo, a missão será derrotar o Palmeiras. Uma equipe adepta da extrema intensidade e da velocidade para buscar suas vitórias. No fundo, Gilson Kleina sabe: a versatilidade tática de Nino será essencial para derrubar este gigante.
(análise feita por Elias Aredes Junior)