Eram 44 minutos do segundo tempo quando Emerson Sheik dominou a bola fora da área e disparou o petardo desviado pela zaga do Sol de América e que assegurou a vitória na Copa Sul-Americana. Uma vantagem importante para o jogo da volta programado para o próximo. Tal alívio não pode esconder fatos ocorridos nos 90 minutos e que servem para a sequência do Campeonato Brasileiro.
O aspecto que chama mais atenção é sobre a validade do técnico Gilson Kleina de que não é possível crucificar ou descartar ninguém em virtude da escassez de opções no banco de reservas. Ou seja, é preciso lutar com todas as forças para que todos estejam em ótimo nível técnico e físico.
Exemplo cabal deste modelo é o atacante e meia Claudinho. Acionado pela comissão técnica em jogos anteriores teve más ou atuações na melhor das hipóteses irregulares no gramado. Torcedores nas redes sociais e nas arquibancadas já pediam a sua saída. O substituto? Qualquer um.
Eis que aparece o confronto pela Sul-Americana e Claudinho tem atuação fundamental e de bom nível. Surge pelos lados do campo para buscar a linha de fundo, mostra disposição na marcação na saída de bola adversária e ainda participa de diversas tramas ofensivas.
Agora pense se o treinador ao invés de incentivar e mostrar ao jogador de que uma reação seria possível o caminho trilhado fosse do linchamento virtual. Satisfazer a sede de sangue de quem não tem visão de médio e longo prazo.
A alvinegra tem condições de passar á próxima fase da Sul-Americana e ficar entre os dez primeiros colocados do Brasileirão. Tal cenário, porém, só se tornará realidade se todo o potencial do elenco for utilizado.
Concordo que algumas posições são deficientes e geram temor. A lateral-esquerda é uma delas. Fernandinho e João Lucas exibem debilidades técnicas e até de fundamento que são preocupados. Nem esses a comissão técnica deve descartar. Pelo contrário. Deve aproveitar o máximo de tempo possível para aprimorar, treinar e insistir no aprimoramento dos jogadores para com isso acarretar em legado a equipe. Um trabalho para ser feito também com o atacante Lins.
A Ponte Preta já viveu esta experiência e colheu frutos. Seu nome é Nino Paraíba. Quando desembarcou oriundo do Avaí, o atleta praticamente só sabia atacar e tinha péssima noção de marcação. Pois Eduardo Baptista pegou o jogador e lhe orientou. Insistiu. Não desistiu. E hoje é o jogador mais importante taticamente para a Macaca.
A hora não é de excluir e sim de incluir. Mãos á obra, Gilson Kleina.
(análise feita por Elias Aredes Junior)