Luto: morre Danilo Villagelin, o médico de todos os pontepretanos

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Era novembro de 2011. Fui escalado pela reportagem do Tododia para cobrir as eleições da Ponte Preta e as atividades das duas chapas, tanto da situação como da oposição. No grupo contrário, o candidato era o ex-presidente Lauro Moraes, que reuniu os apoiadores em uma churrascaria da cidade.

Fui apresentado ao candidato e em dado instante um senhor sorridente, afável, simpático e de fino trato aproximou-se da mesa em que estava alojada os profissionais de imprensa.

Fez um desafio interessante: que falassem qualquer data do calendário e ele daria um jogo, fato ou acontecimento relacionado a Macaca. Lembro dos coleguinhas terem ditado umas 20 datas. Das mais variadas épocas. Em fração de segundos, o senhor disparava o fato. E com a concordância dos presentes. Seu nome: Danilo Glauco Pereira Villagelin Filho. Foi este personagem emblemático da história da Ponte Preta que faleceu nesta terça-feira à tarde (04), no Hospital Beneficência Portuguesa, em Campinas. Ele tinha 67 anos. O velório acontecerá a partir das 18h30 desta terça-feira (4) e o enterro será às 13h no Cemitério da Saudade.

Formado em medicina em Bragança Paulista, Villagelin poderia muito bem escolher o caminho da independência financeira. Escolheu rumo inverso. Por amar Campinas e a Ponte Preta nunca se furtou a abrir mão de benesses pessoais em prol do próximo. Este jornalista e repórter apurou que muitas vezes, Villagelin, que era Clinico Geral,  atendia de graça em sua clinica ao reconhecer uma pessoa em dificuldades financeiras.

Também prestou serviços a Ponte Preta sem cobrar um tostão sequer. Era sócio da Macaca desde o dia 01º de maio de 1974 e era Conselheiro Nato, ou seja, fazia parte do pelotão de elite da política pontepretana e que é formada por 150 pessoas.

Durante a crise técnica e financeira do Campeonato Brasileiro de 2003, o doutor Villagelin, como era conhecido, era um dos únicos dirigentes que não desapareceram. Estava presente nos jogos e ajudava no que era possível para a Ponte Preta escapar da Série B.

Vibrou com conquistas e vitórias emblemáticas da Macaca. O acesso á divisão de elite nacional em 1997. Os triunfos nos dérbis, a conquista de 1969… Não se cansava de enaltecer as cores da Ponte Preta.

Em tempos de disputas políticas e distanciamento das arquibancadas algo dá para dizer: os pontepretanos perderam o seu médico preferido. Vai fazer falta.

(texto de Elias Aredes Junior)