A diretoria da Ponte Preta ficou refém de Gilson Kleina. Entenda os motivos

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Escrevo este texto cinco horas antes do jogo entre Ponte Preta e Atlético-GO. Todos são unânimes em afirmar que o confronto poderá selar o destino do técnico Gilson Kleina. Em caso de derrota, a resolução inevitável será a sua demissão. Sumária. Em contrapartida, é preciso avaliar que a diretoria executiva cometeu tantos erros nos últimos meses que de certa forma ficou refém do treinador, seja qual for o desfecho. Sim, para a torcida e crônica especializada o desligamento de Kleina é opção racional. Para a diretoria, agarrar-se ao treinador e sua metodologia virou questão de sobrevivência.

O motivo principal são os seguidos vetos a profissionais que estariam dentro do orçamento pontepretano. Nesta altura dos acontecimentos pensar em nomes como Eduardo Baptista ou Guto Ferreira serviria para acomodar as arquibancadas. Só que o primeiro resolveu instituir um ano sabático na área profissional e o segundo encontra-se em outro patamar salarial e demonstra gana em querer vencer no Internacional. São nomes descartados.

Agora digamos que aconteça um revés. Escolher Doriva seria uma boa? A diretoria acredita que sim, mas como o profissional saiu pela “porta do fundo” na transferência ao São Paulo em 2015, a rejeição da torcida será automática. Por já ter trabalhado com Sérgio Carnielli em quatro oportunidades, a chegada de Oswaldo Alvarez, o Vadão seria outra saída providencial. Mas este jornalista apurou que existe uma rejeição ao seu nome por causa da sua passagem na Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Segundo algumas mentes, o seu trabalho estaria “defasado” no futebol masculino.

E Jorginho, vice-campeão da Sul-Americana em 2013? Este teria o próprio Sérgio Carnielli como opositor, que até hoje não digere o fato da Macaca ter priorizado a competição da Conmebol ao invés do Brasileirão, que renderia uma corta gorda para a alvinegra. Porta fechada. Total.

Oswaldo Oliveira, Celso Roth, técnicos estrangeiros, Ney Franco…Todos estão fora do alcance da filosofia orçamentária da Macaca, que não deseja explodir o orçamento. Mais: a torcida da Ponte Preta já deu inúmeras mostras de que não aceita técnicos emergentes ou que recebam sua primeira oportunidade na Alvinegra. Talvez (talvez!) efetivar Brigatti seria a formula para a torcida abraçar o time. Mas quem da diretoria executiva viria a frente e abraçaria o projeto?

Resumo da ópera: de modo coerente, sobra  a opção da diretoria apostar todas as forças na manutenção de Gilson Kleina. A noticia mais saborosa do sábado seria a Ponte Preta ganhar de modo consistente do Atlético-GO. Daria um novo inicio para Kleina, que faz um trabalho decepcionante. Apesar do rendimento irregular de alguns atletas. Mas também é inegável reafirmar que ele teve trabalho de bom nível entre 2011 e 2012. E é o atual vice-campeão paulista.

É impossível negar que o clima e os resultados levaram a situação dramática de hoje. Só que a própria diretoria, ao postar tantas mágoas e restrições profissionais e financeiras ficou refém da situação e do trabalho de Kleina. É torcer para bola entrar, o time deslanchar e os protestos acalmarem.  Caso contrário, sem a presença de Kleina, o risco de final infeliz não é diminuto.

(análise feita por Elias Aredes Junior)