A irrelevância dos Conselhos Deliberativos de Ponte Preta e Guarani no debate da opinião pública

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Fatos e problemas surgem diariamente no estádio Brinco de Ouro e no Moisés Lucarelli. A imprensa, consciente de sua missão, cobra e pede explicações dos dirigentes. Que, diga-se de passagem  ainda por vezes relutam em prestar contas. Algo fica escancarado: onde estão os Conselhos Deliberativos? Onde estão as pessoas eleitas pelos sócios para interferirem nos debates da opinião pública? Pior: quanto mais o tempo passa, pior fica.

Mauro Zuppi é o comandante do Conselho da Macaca e conta-se nos dedos as oportunidades em que se pronunciou e mostrou sua visão dos assuntos; no Guarani, Edinho Torres já ocupou a presidência do clube e nem isso lhe anima para aparecer, argumentar, dar sua visão sobre os fatos, apesar da presidência do Conselho Deliberativo. Ambos vivem escondidos e com uma postura de que “nada tem a ver com o que acontece”. Errados. Os outros conselheiros, sejam da situação e da oposição também são incapazes de pautar a imprensa com fatos, opiniões ou cobranças em relação a diretoria executiva. Uma tragédia.

Em clubes de extrema rivalidade, o Conselho Deliberativo é instrumento na cobrança e condução do clube. Verifique a atuação em Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético Mineiro e verá do que falo. Ali, não há conselheiro que fique em cima e suas presenças em programas esportivos de rádio e televisão é algo corriqueiro.

Duro é constatar que Campinas já foi vanguarda. Na gestão de Luiz Roberto Zini, mesmo que fosse apoiador da diretoria,  Raul Celestino Soares nunca deixou de declarar e analisar o momento da agremiação. Na Ponte Preta, gente como Gilman Farah, Marcos Garcia Costa, Jorge Alves de Lima e outros menos famosos eram presença constante para cobrar o time e até interferir nos destinos do departamento de futebol.

Hoje, queiramos ou não, este papel de cobrança e fiscalização nem é exercido pelas arquibancadas e sim pelas redes sociais. Já que os conselheiros não querem aparecer ou exibir sua visão de mundo, as tribunas do Facebook e do Twitter fazem o serviço. Até porque o poder não admite vácuo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)