Queria entender alguns fatos na Ponte Preta. Juro que queria. O noticiário esportivo dá conta de que são boas as chances de permanência de Gilson Kleina. Com 224 jogos de bagagem no banco de reservas da Macaca, o técnico teria um bom relacionamento com componentes da chapa MRP e isso também contaria como fator favorável. Sem contar que teria feito muito com pouco. Nas redes sociais, torcedores também ficam divididos em relação ao técnico.
Por um instante vamos esquecer a preferência do futuro presidente Marco Antonio Eberlin. Que pelo que apurei nada tem contra o treinador. Mas seria algo contra a rota de Eberlin a permanência.
Por que? Em sua passagem como vice-presidente e diretor de futebol, Eberlin preferiu trabalhar com profissionais em que tinha total cumplicidade e confiança, cujo modelo emblemático era Vadão. Ambos se elogiavam em público. Não há qualquer declaração pública de Eberlin contra Gilson Kleina, mas também nada a favor. Neutro.
Só que torcida e muitos componentes do MRP mudaram de ideia da noite para o dia. O mesmo treinador que era antiquado, sem repertório, retranqueiro, dotado de falta de imaginação, de repente virou a salvação da lavoura. A última bolacha do pacote. Assim fica complicado entender o que querem torcedores e apoiadores da nova diretoria.
Clube de futebol nada mais é do que uma comunidade. Dotado de pessoas dos diversos perfis. Justificar determinadas posturas com a desculpa de que o torcedor é “passional” não cola mais. Torcedor também tem responsabilidade naquilo que diz e fala. Colabora e muito para o caldeirão da rede social.
Então ficamos assim. A torcida da Ponte Preta ama ou odeia o trabalho de Gilson Kleina? Quer incentivar independente da circunstância ou não quer ver o profissional pela frente? Pois é. Ficar ao sabor dos resultados não beneficia ninguém. Nem a Ponte Preta, nem o treinador.
(Elias Aredes Junior com Foto de Álvaro Junior- Pontepress)