A reconstrução do Guarani nem começou. E alguns não perceberam

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A euforia tomou conta da torcida do Guarani. Com razão. Após anos e anos de frustrações, a equipe obteve o acesso e celebra a chegada a final da Série C do Campeonato Brasileiro. Para quem está com seu estádio prestes a ser demolido e dia após dia depende de um mecenas para comandar o departamento de futebol é uma evolução. Se levarmos em conta que este clube levantou títulos nacional, participou de competições internacionais, cedeu jogadores a Seleção Brasileira e teve a ousadia até de disputar jogadores renomados com as principais forças do futebol local a conclusão é a constatação da longa extensão do caminho a ser percorrido.

Assim que for apitado o final do jogo contra o Boa Esporte, independente do resultado, o torcedor bugrino será obrigado a encarar a realidade: a estrutura do clube está aquém das principais forças da Série B. Talvez até de algumas da segundona paulista.

No futebol atual, possuir camisa, história e uma torcida apaixonada é um trunfo poderoso, mas não é tudo. Nos últimos anos, as notícias oriundas do estádio Brinco de Ouro eram mais das desavenças de bastidores e ações judiciais do que melhoria efetiva da estrutura.

Apesar dos esforços da atual diretoria, o CT está muito longe das necessidades dos profissionais como das categorias de base. Basta verificar que os novos CT´s acoplam alojamentos para os profissionais e uma estrutura separada para a base. Existe alojamento no Brinco? Sim. Só que distante daquilo que é feito pelos concorrentes. Todo mundo sabe.

É urgente equipar o departamento de fisioterapia, adquirir com recursos próprios equipamentos que viabilizem a recuperação no menor prazo possível. Treinar no Brinco de Ouro deveria se constituir em algo sazonal e sem necessidade. Não é o que acontece.

Estes alertas estão sendo dados porque o Guarani não pode cair na armadilha de considerar que o atual time e infra-estrutura são suficientes para superar os desafios de 2017. Não são.

Talvez o único erro do acordo firmado entre o Guarani e Roberto Graziano na Justiça foi a ausência de prazo para colocar de pé novas estruturas. Deveria existir uma data para entrega de um novo CT e de dinheiro para os novos equipamentos bugrinos, independente da desocupação do Brinco de Ouro. Afinal, perto dos milhões (ou até bilhões) que vai faturar o investimento seria infimo.

O Guarani tem vitórias no campo. Deve celebrar. Entretanto, nos bastidores e nos gabinetes a competição sequer começou.

(análise feita por Elias Aredes Junior)