Adota uma postura equivocada e sem nexo aqueles que desejam colocar nas costas do novo técnico bugrino Allan Aal a responsabilidade pelo rebaixamento do Paraná a terceira divisão.
Não que o novo comandante bugrino seja o novo Rinus Michels. Não é esse o mérito da reflexão e sim como as informações na atualidade precisam ser analisadas sob um contexto amplo e uniforme.
Verdade cristalina é que Allan Aal fez boa campanha com o tricolor paranista no primeiro turno. Estava em queda de produção? Pode até ser. Só que esta mesmo equipe venceu o Guarani por 2 a 1 no Brinco de Ouro e de quebra passou pela Ponte Preta no estádio Durival de Brito e Silva por idêntico marcador.
Allan Aal Foi demitido após a derrota para o Cruzeiro por 2 a 0 no Mineirão. Na ocasião, a equipe estava na oitava colocação com 28 pontos, três pontos atrás do Sampaio Côrrea que fechou o turno inicial no G-4. Afobados e sem critérios, os dirigentes paranistas optaram pela demissão e a contratação de Rogério Micale, substituído por Gilmar Dal Pozzo e que abriu espaço para Márcio Coelho. Saldo: somou nove pontos no turno e queda. Sinal de amadorismo, incompetência e falta de rumo.
Estaríamos em estado de delírio se Allan Aal fosse incensado como protagonista do acesso do Cuiabá. Ao sentar no banco de reservas nos 17 jogos da Série B, o Dourado, sob o seu comando, faturou 24 pontos, aproveitamento de 47,05%. Se focarmos na pontuação, dos 61 pontos acumulados pelo novo integrante da divisão de elite, Allan Aal foi responsável por 39,34%. Rendimento de mediano para ruim.
Allan Aal é um representante da nova geração: estudioso, antenado com as novas tendências e conhecedor da Série B. Suas passagens por Paraná e Cuiabá demonstram que, tão ou mais importante que o profissional, é o processo em que ele está inserido. Não há gênio que dê jeito na bagunça. Que o Guarani leve isso conta.
(Elias Aredes Junior- foto de Thomaz Marostegan-Guaranifc)