Amores, fracassos e os garotos marotos da Ponte Preta

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Aprecio música de boa qualidade. Além de ser um caminho para o aprendizado e diversão, é um espaço para reflexão. Sobre o que? Tudo. Amizades, sucessos, fracassos, surpresas e também sobre o futebol. Por que não?

Não é todo dia que consigo viabilizar mas os meus comentários na Rádio Brasil sempre são acompanhados de uma trilha sonora. Não para fazer uma decoração sem sentido nos quadros de opinião, mas que seja um complemento daquilo que queremos transmitir. E quando a música nós faz pensar em diversas mensagens o saldo é positivo.

A reflexão desembarcou na mente ao ouvir a obra prima “Garoto Maroto”, cantada  por Alcione. A música fala de um relacionamento amoroso mal sucedido. Mas se você pegar a letra lembra-se automaticamente do que a Ponte Preta faz com seu torcedor. 

Uma relação de altos e baixos, em que uma hora  o clube dá motivos de sobra para declarações avassaladoras de amor e fidelidade e em outros momentos a decepção é tão profunda que se assemelha a uma fossa amorosa.

O torcedor viveu isso neste ano de 2022. De janeiro a abril, um desempenho decepcionante e desesperador que levou o time a Série A-2 do Paulistão. Motivo mais do que suficiente para abandonar tudo e viver um novo amor. 

O futebol é diferente do amor. No futebol, dotado de uma virtude cristã, o torcedor pede perdão. Quantas vezes? Quantas forem necessárias. Porque a esperança é de que o amanhã seja sempre melhor. 

E parece que o futuro chegou no segundo turno da Série B.

Atuações convincentes, produção em altíssimo nível e uma vitória emblemática contra o rival Guarani. E o amor entre o time e torcida encontra-se tão blindado que nem mesmo uma produção borocoxô diante do Novorizontino estraga a lua de mel. 

Alcione disse que sua paixão é um garoto maroto que faz o que quer e sem pensar nas consequência.

No caso da Ponte Preta, os garotos são marotos e são dão provas de amor. Ou você vai ignorar a entrega de Thiago Oliveira no gramado. O que dizer então de Felipe Amaral e Léo Naldi? E o legado deixado por DG? É, na Ponte Preta os garotos são marotos com os oponentes. 

Esse é um dos principais motivos que fazem a Macaca viver neste segundo turno um caso de amor com o torcedor. Que seja eterno enquanto dure. 

(Elias Aredes- com foto de Alvaro Junior- Pontepress