O torcedor do Guarani faz contagem regressiva. Quer ver imediatamente a bola rolando no confronto com o Luverdense. Batalhar pelo ponto salvador que vai assegurar a permanência na Série B. Muito mais do que isso pela quarta temporada seguida, o Guarani livra-se do dissabor de um rebaixamento. A última vez foi no Campeonato Paulista de 2013, quando a equipe terminou na última colocação e com 10 pontos ganhos.
Lisca viabilizou um time organizado, calcado na marcação, nas jogadas de bola parada e na união de vestiário, materializada na entrada da equipe de mãos dadas antes do protocolo oficial da partida contra o Londrina. Tudo certo? Nem tanto.
A provável fuga de novo vexame não pode fazer o torcedor bugrino tomar o elixir da alienação e da fuga da realidade. Ficar em uma provável décima sexta posição não vai aliviar o diagnóstico sombrio: o trabalho foi ruim. Muito ruim.
Em primeiro lugar pela falta de estrutura oferecida as três comissões técnicas comandadas por Vadão, Marcelo Cabo e Lisca. O Guarani passou mais um ano e o Brinco de Ouro foi local de treinamento e de jogos. Um cenário inimaginável em qualquer médio ou pequeno do Brasil. Veja as estruturas disponibilizadas por CRB e Ceará e saberá do que falo. O estádio será entregue futuramente para novo dono e não há como mudar o panorama? Com todo o respeito, conversa mole.Este mesmo grupo político que hoje está no prédio administrativo fez juras em diversas campanhas de que conhecia a situação caótica do Guarani e que por isso poderia oferecer encontrar investidores para melhorar o quadro. Nada foi feito. Improviso do começo ao fim.
Improviso verificado até na troca de treinador. Vadão foi dispensado por telefone, em um ato dos mais patéticos do futebol nacional em 2017. Marcelo Cabo teve sua demissão anunciada antes pelo repórter Julio Nascimento da Rádio Central e deste Só Dérbi do que pelo presidente Palmeron Mendes Filho.
Para completar o rol de erros, o departamento de futebol apenas no final da temporada encontrou alguém especializado no assunto, no caso o técnico Luciano Dias. Anteriormente, o que se verificou foi um jogo de tentativa e erro conduzido por Anaílson Neves. Naturalmente ganhou o repúdio do torcedor. Mais: as ações na Justiça ainda continuam, não há definição sobre o local do novo estádio após a saída do Brinco de Ouro e nem do novo Centro de Treinamento. Vai esperar para definir tudo de última hora? Salários pagos em dia? Se levarmos em consideração o passado bugrino lógico que é um avanço. Para quem busca a excelência não fazem nada mais que a obrigação.
Apermanência é um prêmio ao torcedor bugrino, desgastado por anos e anos de humilhações, desmandos e destruição dos seus sonhos. Quanto aos dirigentes, será apenas um salvo conduto concedido para esconder provisoriamente a incompetência de um grupo ainda incapaz de encontrar um caminho para transformar o Alviverde em um clube sólido, estável financeiramente e com uma comunidade unida, independente das ideias presentes. A moldura ideal não passa de miragem.
(análise feita por Elias Aredes Junior)