Uma conta simples passa batida pela torcida da Ponte Preta: Lucca virou sinônimo de ataque. Dos 20 gols anotados pela Macaca, 10 foram feitos pelo atacante emprestado pelo Corinthians.
Só para se ter uma ideia do quadro preocupante, no ano passado dos 48 gols feitos pelo time de Eduardo Baptista, 14 saíram dos pés de William Pottker, o que equivale a 29,16% do total.
Em 2015, a dependência foi menor. Biro Biro fez sete dos 41 gols da alvinegra, o que equivale a 17,07% do total.
Se por um lado as estatísticas comprovam o talento de Lucca para balançar as redes e compensar a saída de William Pottker ao Internacional, por outro demonstra ausência de variação ofensiva.Ou seja, o dia que estiver marcado ou ausente por lesão ou suspensão, o quadro piora a céu aberto.
Tudo fica condicionado no seu bom aproveitamento nas jogadas em diagonal e contra-ataques arquitetados a partir do meio-campo. Isso quando não está exausto pela incumbência de auxiliar o lateral esquerdo na marcação.
Torcedores e cronistas não vislumbram jogadas ensaiadas ou jogadores com fome de balançar as redes. Léo Artur, por exemplo, está tímido demais e não se aproxima do campo de ataque.Não é o caso de rifá-lo e sim de insistir até quando exibir um futebol eficiente.
Emerson Sheik seria boa opção, mas é nítida a sua preocupação em auxiliar no fechamento dos espaços e deixar os companheiros em boas condições. Resultado: fica longe do gol.
Consequência prática: apesar da hipótese de venda encontrar-se afastada, um natural quadro de pânico será instalado caso outro imprevisto com o jogador. O medo do futuro ficará impregnado se levarmos em conta ainda que Léo Gamalho chegou sem arrancar suspiros das arquibancadas.
Espera-se que contra o Botafogo no domingo, Kleina apresente não só um esquema tático mais arejado, como novos postulantes a marcarem gols, o que vai arrefecer o temor de quem não deseja ver a Ponte Preta cair de ponta a cabeça no Brasileirão.
(análise feita por Elias Aredes Junior)