O grupo Bugrinas em Ação é um dos movimentos mais saudáveis surgidos nos últimos anos no Guarani. A ação parece simples e tem alcance extraordinário. Um grupo de mulheres coloca a mão na massa, ajuda pessoas necessitadas e faz ações direcionadas a perfis de torcedores. Dessa vez, elas estão de olho em mulheres que são vitimas de assédio nos estádios. Como também já fizeram ações contra violência, racismo, homofobia, entre outros. Exercício puro de cidadania.
Poderiam ir longe. Muito mais longe. Mas são vitimas de algo presente no cotidiano do Conselho de Administração do Guarani há pelo menos 20 anos: a de que a função de um clube se resume apenas ao futebol.
Vencer é ótimo. Faturar campeonatos é redentor. Revelar jogadores está no DNA de qualquer clube. Mas é preciso muito mais. O futebol é referência para formação de cidadania de qualquer pessoa. É por intermédio do futebol que o torcedor desde criança toma contato com conceitos como tolerância, amizade, fraternidade, assimilação diante da derrota, entre outros quesitos. Nada mais natural que, em país pobre e desigual como o Brasil, o clube de futebol, por determinação de seus executivos tenham uma postura mais cidadã contra males e preconceitos presentes na sociedade.
O Bugrinas em Ação faz um bem danado a sociedade. E de certa forma livra a cara do Conselho de Administração atual e os presidentes do passado que colocaram o Guarani em espiral de limitação de mundo.
(Análise feita por Elias Aredes Junior)