Estamos no dia 03. Faltam nove dias para a estreia do Guarani na Série B do Campeonato Brasileiro. Na prática, o goleiro Vagner e o atacante Caíque foram contratados. Edinho retornou e pode ser utilizado enquanto que dois atletas do Cruzeiro podem chegar. Muito pouco.O planejamento do departamento de futebol está atrasado e coloca em situação delicada o trabalho do técnico Oswaldo Alvarez e o próprio futuro do clube na competição. Compare o que tem feito os concorrentes e verá que não há delírio.
O objetivo primordial é permanecer na competição, apesar dos nomes de grife adquiridos como Nei Pandolfo para a gerência de futebol.Só que como acreditar em final feliz se já está nítido que o time não terá todos os reforços disponíveis e entrosados até o dia 12? Voltamos ao assunto abordado na segunda-feira sobre o encargos colocados sobre o gerente ou executivo de futebol.
O mercado está difícil? Para todo mundo. Salários inflacionados? Não há dúvida. O bloqueio das cotas de televisão atrapalha? Impossível fugir da constatação. Mas o quadro no Guarani preocupa porque desde o ínicio do ano não há maneira clara de pensar o futebol. Vive-se de erro e acerto, métodos empíricos, sem acreditar em um conceito.
Não há como culpar Marcus Vinicius Beck Lima, o antigo ocupante do cargo e nem Ney Pandolfo, o atual titular. Isso é uma orientação de gabinete. Horley Senna, fiador da contratação de Ney da Matta foi atropelado por seus companheiros de Conselho de Administração e precisou demitir o profissional para trocá-lo por Maurício Barbieri e posteriormente atropelou a tudo e todos para contar com Vadão. Pergunto: onde está a convicção, uma filosofia, uma maneira de pensar o futebol? Vou além: estamos em maio e qualquer torcedor sabe que adiantamentos do VGV são essenciais para montar uma equipe competitiva na Série B. O que foi feito?Qual o estágio de conversa com Roberto Graziano? Ninguém sabe, ninguém viu. Afirmam que Palmeron Mendes Filho é sinal de continuidade. Errado. Terá que começar do zero. Outro desafio.
Temeridade total é confiar que Vadão vai operar o terceiro milagre em sete anos. Futebol é paixão, passionalidade, irracionalidade. Na arquibancada. Entre os engravatados é planejamento, orientação e profissionalismo. O primeiro requisito parece longe do Brinco de Ouro. Como pedir eficiência para Vadão ou qualquer treinador com tantos desencontros? Se algo der errado o destino não cansou de avisar. E se tudo der certo é bom tom não dar crédito a quem não tem qualquer merecimento.
(análise feita por Elias Aredes Junior)