Não há duvida de que Hélio dos Anjos tem o time da Ponte Preta na mão. O que ele pode fazer para o dérbi 204?
O jogo aparece em uma conjuntura favorável ao comandante da Alvinegra. No primeiro turno, a Macaca era um time sem confiança, ainda traumatizada pela queda à Série A-2 do Campeonato Paulista. Aplicou um ferrolho e saiu com um empate que teve gosto de vitória.
Após 19 rodadas, existe um time com começo, meio e fim. Independente dos nomes a serem escolhidos para a escalação, é evidente que existe um mecanismo tático e de estratégia pronto para ser colocado em prática.
O passo inicial é marcação sob pressão na saída de bola do adversário. Os atacantes ficam postados próximos a grande área do oponente, cercam os espaços e no primeiro vacilo aproveitam para irem direto as redes.
Coincidência ou não, um dos mais beneficiados com essa estratégia é Lucca. Sabe se colocar dentro da área e tem capacidade para entrar com capacidade de proteger a bola e encher o pé para balançar as redes.
Desde o dérbi do primeiro turno, a bola parada teve uma melhora significativa, tanto na batida de escanteio como na bola parada.
E o expediente tem variações.
Por vezes, a bola é colocada no primeiro pau para o preparo de Fábio Sanches e o complemento de algum companheiro de equipe. Em outras, Matheus Silva aparece e com impulsão e boa colocação é capaz de inaugurar o placar.
Tudo isso com a ajuda decisiva de Elvis, contratado para a sequência da Série B e que produz um cardápio variado: variações de jogo, infiltrações ou batidas em curva.
Defeito? Diria que já melhorou mas a Macaca ainda mostra alguma dificuldade quando precisa propor o jogo.
Tem volantes dinâmicos e destemidos, mas que por vezes dão brechas no contra-ataques. Anteriormente, o Guarani não tinha alternativas. Agora, com Bruno José, Bruno Miranda e o recém-contratado Edson Carioca o quadro pode encrespar.
Não há como negar: a Ponte Preta tem mais instrumentos para vencer o jogo. É favorita. Mas não quer dizer que vai ganhar. E certamente Hélio dos Anjos tem consciência disso.
(Elias Aredes Junior com foto de Álvaro Junior-Pontepress)