Análise Especial: Ponte Preta, danos colhidos, dividendos recebidos e a esperança que renasce. Por André Gonçalves

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A Ponte Preta não é time para disputar a Série A2 do Campeonato Paulista. Independentemente de crises, falta de dinheiro ou qualquer que seja a desculpa para justificar tal situação, ela não é e não será aceitável. Por esse fato (a disputa da A2 em 2023) o presidente Marco Eberlim deve ser cobrado e o acesso deve acontecer já no próximo ano.

Dito isso, somos obrigados a lembrar que nos últimos 5 anos, apesar de semifinalista, corremos o risco de cair pelo menos 3 ou 4 vezes. Portanto, de tanto flertar com o descenso, ele veio e em um momento de transição. Azar da torcida (principalmente) e do recém eleito presidente. Sem se esquecer de sua parcela de culpa e dos que ele escolheu para exercer os cargos no clube.

Não sei qual foi a convicção entre as partes para a manutenção da comissão técnica para o restante da temporada.

O fato é que o Brasileiro começou tão ruim quanto terminou o Paulista. Após poucas rodadas o rebaixamento era uma realidade e aparentemente inevitável e horizonte tenebroso.

Mais uma vez, comissão técnica mantida e a certeza que só quem vive o dia a dia do clube poderia ter.

A frase acima é forte! Quem manteria um técnico com aproveitamento tão ruim e logo após um rebaixamento no estadual?

No início de junho eu escrevi que “Helio era o técnico certo para o elenco errado”. Hoje Helio tem um elenco competitivo.

Considero a passagem de Helio dos Anjos como um marco na história da Ponte. Tão produtiva quanto as primeiras passagens de Guto Ferreira e Gilson Kleina.

Helio tem se mostrado um profissional completo. Para nós que não conhecíamos o seu trabalho de perto, tem sido uma alegria a forma com que ele trata a instituição. Azar dos empresários e dos dirigentes que farrearam por anos nos corredores do Majestoso. Enfim a mesmice chegou ao fim.

Não há entrevista coletiva de Hélio dos Anjos improdutiva. Em todas o professor tem o que falar. E o que ele sempre repete é compromisso com o grupo. Os que não tem, está fora dos planos!

Quebrar aquele formato pré estabelecido de coisas que eram consideradas normais tem seu preço e eu, cada dia que passa, acredito que o preço foi o rebaixamento.

E disso, desse mal, acredito que ocorreram coisas muito positivas.

A principal delas é o resgate da alma pontepretana. Orgulho de ser Ponte inclusive quando ainda estava mo Z4. Fazer o Majestoso pulsar novamente é uma das maiores conquistas dos últimos anos nesse clube.

O Majestoso vivia uma mornidão temerária! Assustador o quanto os times deixaram de temer jogar aqui!

Retomamos isso! São 6 vitórias seguidas. Uma reconquista importantíssima de identidade.

Portanto, como a lenda da Fenix que ressurge das cinzas, iniciou-se uma transformação na Ponte Preta!

Na real, pensar em acesso esse ano é loucura.

Tudo precisa convergir para uma façanha desse porte. É possível? Em números sim. Mas é improvável.

Mas que em 2023, já no Paulistão, o clube volte ao patamar de protagonista estadual e com planejamento bem feito, consiga também voltar a eleite nacional.

(Artigo de autoria de André Gonçalves-Especial para o Só Dérbi-foto de Álvaro Junior