Análise especial: Quando a Ponte Preta exibirá evolução na mão de Jorginho?

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Empatar com o Vila Nova foi triste. A Ponte Preta decepcionou. Produziu preocupação. Deixou o torcedor pontepretano com a pulga atrás de orelha. Alguns pedem a saída do técnico Jorginho. Consideram que o treinador é medroso. Digo de cara: não é o caso de demissão. Mas é preciso fxar cobranças especificas sobre o trabalho e cujo campo de laboratório é o próprio embate no estádio Serra Dourada.

Muitos dizem que a Macaca jogou bem o primeiro tempo. Se formos levar em conta as oportunidades perdidas posso até concordar. Só que o termo “jogar bem” é muito amplo. Prefiro dizer que uma brecha de ouro foi perdida.

Em poucas oportunidades, o time campineiro empreendeu uma marcação sob pressão e que criasse embaraços a dupla de zaga formada por Diego Jussani, nitidamente sem ritmo de jogo e por Phillip Maia, sem poder de recuperação no mano a mano. Tal fragilidade poderia ser melhor explorada, especialmente pela presença de Facundo Batista, atacante com força, velocidade e boa condição física.

É preciso cobrar de Jorginho um aproveitamento mais efetivo do potencial técnico do lateral-esquerdo Abner. Talento nato, muitas vezes leva a bola ao campo de ataque e está sozinho. Ou por timidez fica no campo defensivo. A aparição de volantes ou de um meio-campista precisa ser mais constante. Um bom papo pode ser útil para destravar o garoto.

E Arnaldo? Torcedores ficam bronqueados com sua limitação técnica quando está nas imediações da área. Concordo. Mas você já parou para pensar na sua facilidade para levar a bola do meio-campo ao setor ofensivo graças a sua condição física? Se existe tal qualidade, porque não preparar jogadas especificas em que ele faça a primeira parte e  tenha um companheiro pronto para buscar a linha de fundo ou fazer assistência para o arremate ao gol? É para se pensar.

Se alguns jogos você não tem o time titular em noite inspirada, o melhor seria contar com jogadas ensaiadas. E uma foi esquecida e executada com eficiência até o final do ano passado.

Qual? Em que a falta pela lateral é batida com a meta de pegar Renan Fonseca ou Reginaldo em condições de desviar ao gol e dificultar a vida do goleiro adversário. Não falo de nenhum delírio. A Macaca já fez e de maneira bem sucedida. Não custa repetir.

Seja com três volantes ou um trio de armadores, é preciso condicionar a equipe para um controle da bola. Não que posse de bola seja garantia de vitória, mas é preciso buscar os espaços não somente por intermédio de ligações diretas ou contra-ataques. Ou seja, um plano B.

Repito: Jorginho é técnico inteligente, ex-jogador consagrado e que teve a primazia de conviver com os melhores profissionais do mundo da bola. Só cobramos de quem pode entregar algo. E Jorginho pode fazer muito mais. É hora da diretoria de futebol fazer a sua parte e cobrar. Sem medo. E o treinador ir ao campo e fazer a sua parte.

(Elias Aredes Junior)