Análise Guarani: o que ninguém falou sobre a terceirização do futebol do Guarani

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O Conselho Deliberativo do Guarani reuniu-se, na segunda-feira à noite, e recebeu as propostas para a terceirização do clube. De um lado, a Magnum e a ASA Aluminios. Do outro, a Elenko Sports e a Traffic e uma outra empresa que não foi revelada.

Como as empresas deverão enquadrar-se às exigências formuladas pelo clube e que estão sob a responsabilidade de um corpo de juristas, é de presumir que o clube estará preservado de qualquer intempérie e imprevisto.

Independente de quem seja escolhido, é lógico que o torcedor bugrino aguarda um aporte significativo de dinheiro e que viabilize a montagem de times capazes de transformar em realidade a promessa feita pelo presidente Palmeron Mendes Filho, que é a de levar o Guarani á divisão de elite e até a disputa da Copa Libertadores de América em um prazo de três anos.

Designar quem será o agraciado neste momento pouco importa. Primeiro que tanto um lado como outro já mostraram competência para gerir e acompanhar futebol. A Magnum, por exemplo, é participante decisiva no acesso de 2016, pois viabilizou a chegada da dupla formada por Rodrigo Pastana e Marcus Vinicius Martins. Em contrapartida, alguém consegue imaginar como o Corinthians sobreviveria e conseguiria bons resultados sem os negócios efetuados com a Elenko? Pois é.

O foco deveria ser outro, que é a morte declarada da capacidade do Guarani em formar bons dirigentes e quadros capazes de tocar um time de futebol.

Incompetência tão crônica que transforma uma terceirizada – abominada por boa parte dos clubes – em salvação da lavoura.

Atlético-PR, Chapecoense, Vitória, Bahia, Criciúma… Nenhum clube de médio porte no Brasil apelou para tal expediente. Por maior que fosse o tempo, esperavam que os resultados aparecessem. Inclusive na formação de dirigentes.

Pense no Guarani. Qual foi o último diretor de futebol  de boas recordações que desembarcou no Brinco de Ouro? Digo estatutário. Qual foi aquele que mostrou capacidade de detectar antes dos outros o jogador promissor nas divisões inferiores ou até nas categorias de base? Depois de Beto Zini, não há notícias.

Quando o futebol teve suas decisões nas mãos dos dirigentes bugrinos nos últimos anos, as lambanças foram memoráveis, como contratar o inexperiente Branco como treinador, ver Vagner Benazzi sair pela porta dos fundos, Vadão demitido por telefone, Ney da Matta desligado e gerador de uma disputa política.

Pois é. São fatos que demonstram a inaptidão dos dirigentes. E que não é de hoje.

É aquela história: o Guarani é o camarada solteiro que não sabe sequer fritar um ovo e contrata uma empregada doméstica para fazer comida congelada. Um belo dia convida os amigos, esquenta tudo no micro-ondas, recebe os elogios e ainda tem a capacidade de ficar de peito estufado.

Não caia nessa.

(artigo escrito por Elias Aredes Junior)