Análise: Guarani perde do Red Bull Bragantino e Mozart defende suas convicções. É bom negócio ?

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Quando minha mãe era viva, uma de suas distrações era fazer bolos. Enumerava os ingredientes e anotava em um caderno de capa amarela. Não queria esquecer nenhum detalhe. Era cuidadosa. Em algumas ocasiões, se faltava algum ingrediente, as alternativas já estavam na mente, apesar de atuar em dois serviços.

Ou ela simplesmente não fazia a receita por causa do item faltante ou fazia uma outra iguaria. Por incrivel que pareça, acho que se estivesse viva certamente pediria para minha mãe conversar com o técnico Mozart.

Não há como negar: o elenco caiu de produção em relação ao ano passado. Algumas peças decepcionam e a vitória do Red Bull Bragantino ficou barato diante do volume de jogo apresentado pelo Massa Bruta  especialmente no primeiro tempo, periodo dominado totalmente pelos visitantes por intermédio de uma marcação que dificultava a saída de bola do Alviverde campineiro.

Agora,  se puder , relembre os 15 minutos finais. O Guarani pressionou, criou oportunidades e a bola não entrou. Melhor: poucas vezes foi na direção do gol. O expediente estava lá: a bola era trabalhada pelos lados do campo, a linha de fundo era buscada e na hora do cruzamento de Rafael, Derek ou de Jamerson ninguém aparecia. Resumo da ópera: Yuri Tanque não tem substituto à altura. O Guarani tem até velocistas com certa qualidade, armadores com capacidade de decisão, mas não tem um atacante com cheiro de gol.

Qualquer lampejo de coerência seria suficiente para imaginar que a providência a ser tomada é armar um novo esquema tático que abra mão do centroavante de referência e esteja mais adequado as caracteristicas do elenco.

Na entrevista coletiva após a derrota, o técnico Mozart disse que não vai abrir mão de suas convicções porque foram tais ideias que produziram boas campanhas no CSA e o bom segundo turno de Série B com o Guarani.

Os dados são incontestáveis. Mas a conjuntura mudou. O técnico do Guarani tem todo e total direito de defender suas convicções. O que não dá é morrer abraçado com seus conceitos, ir para o buraco e levar o Guarani junto para o abismo. A hora de refletir e mudar o rumo.

(Artigo escrito por Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)